segunda-feira, 18 de abril de 2011
Palácio Potengi
Palácio da Cultura
Palácio Potengy, Praça 7 de Setembro / Natal
José Ayrton
De acordo com os historiadores do Rio Grande do Norte, o prédio que serve de sede ao governo do Estado é o mais importante da nossa capital.
Na área onde encontra-se encravado o Palácio Potengi, existia um sítio, isto é, por volta de 1865.
O prédio atual do Palácio Potengi era de dimensões menores, pintado de ocre e tinha o apelido de “Vaca Amarela”. No andar térreo funcionava a Tesouraria Provincial e no pavimento superior a Assembléia Legislativa.
O presidente provinciano, Olinto Meira, que administrou o período de 30 de julho de 1863 a 21 de agosto de 1866, achou por bem demolir o prédio e construir um mais amplo, onde pudessem funcionar a Assembléia Legislativa, o Tesouro, a Câmara Municipal, o Tribunal do Júri e outras repartições.
O presidente contratou Domingos Henrique de Oliveira para realizar a demolição pela quantia de 650$000 (seiscentos e cinqüenta mil réis).
Olinto Meira tinha medo de arriscar o futuro da obra e dizia que deveria ser construído um prédio quatro vezes maior do que o antigo. Munido de uma planta de autoria do engenheiro de obras públicas da Província, Ernesto Augusto Amorim do Vale, Olinto Meira deu autorização dos serviços, ficando obrigado a desapropriar um prédio que ficava próximo, pela quantia de 1.500$000, que pertencia ao padre Francisco de Soares Câmara.
O orçamento para a construção do prédio era de 77.797$68.
(...)
No segundo ano da construção, empossa-se no governo da Província, Dr. Luiz Barbosa da Silva, advogado, jornalista, natural de São Paulo. Em relatório enviado à Assembléia Legislativa, fazia as seguintes ponderações: “Em minha opinião, essa obra é grandiosa demais para os recursos da Província e muito superior “às exigências do serviço”.
Mas, como a obra já tinha sido começada, achou por bem prosseguir num ritmo mais lento.
(...)
Em 25 de abril de 1867, disse o presidente Barbosa, passando a administração ao vice-presidente Antônio Basílio: “depois de concluída, será, sem dúvida, o primeiro edifício desta Província.”
O prédio tinha a fachada principal voltada para a rua da Conceição, como atestam as seguintes palavras no relatório do então presidente da Província, Olinto Meira, ao seu sucessor, Dr. Luiz Barbosa: “na rua da Conceição, defronte ao edifício, existem casebres em precárias situações, sujeitas a caírem e prestes a serem demolidas. Parece-me conveniente não permitir que sejam reedificadas, deixando, assim, uma praça desse lado do edifício, que tem uma área extensa, vasta ao lado oposto” (atual praça André de Albuquerque). Essa mesma idéia foi defendida pelo engenheiro Ernesto Augusto Amorim do Vale.
Vale salientar que existiam os casebre e foram substituídos por vários edifícios, sendo que, entre estes edifícios, um deles serviu, por muito tempo, à residência de Dr. Varela Santiago.
Apesar de na fachada principal haver a data 1870, não identifica começo nem término da construção do prédio, pois o presidente da Província, Silvino Elvídio, realizou ali serviços (...) para que pudesse funcionar o Paço da Assembléia e outras repartições.
(...)
A conclusão, na verdade, verificou-se no ano de 1873, na administração do Cel. Bonifácio Pinheiro da Câmara, 2º Vice-presidente. (...) Os trabalhos finais de conclusão do prédio foram feitos pelo contratante, capitão Miguel Rodrigues Viana, que o entregou para inauguração no dia 17 de março de 1873.
O prédio, para ser construído, passou 8 anos, e teve várias interrupções, visto que a obra na época era de alto custo. Queremos frisar, que, de acordo com relatório final, foi gasto na obra quatro vezes o orçamento inicial.
In Da brejeira ao rabo de palha – José Ayrton
Cooperativa dos Jornalistas de Natal Ltda. Natal 1986.
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