sexta-feira, 20 de maio de 2011

Não haverá um centavo de dinheiro público para os estádios

O CONTO DA COPA
AUGUSTO NUNES - VEJA ON-LINE - 19-05-2011


Em 15 de junho de 2007, numa cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula avalizou com um sorriso e aprovadores movimentos de cabeça o palavrório de Ricardo Teixeira, comandante perpétuo da CBF. “A Copa do Mundo é um evento privado”, garantiu o supercartola.  “O melhor da Copa do Mundo é que é um evento que consome a menor quantidade de dinheiro público do mundo. O papel do governo não é de investir, mas de ser facilitador e indutor”.

Quatro meses depois, Teixeira repetiu no Rio a manifestação de apreço pelos pagadores de impostos. “Faço questão absoluta de garantir que a Copa de 2014 será uma Copa em que o poder público nada gastará em atividades desportivas”. Em 4 de dezembro de 2007, também no Rio, o ministro do Esporte, Orlando Silva, oficializou a promessa com o aval de Lula: “Os estádios para a Copa do Mundo serão construídos com dinheiro privado. Não haverá um centavo de dinheiro público para os estádios”.
Três anos e meio depois da discurseira, está claro que os brasileiros foram vítimas do conto da Copa.

Lula queria transformar a festa esportiva em trunfo eleitoreiro. Ricardo Teixeira queria ampliar o cacife para disputar a presidência da FIFA ─ e continuar prosperando. Orlando Silva também queria continuar prosperando, e para tanto era necessário convencer os crédulos de que todo delinquente é recuperável. Como a farra dos Jogos Panamericanos de 2007, que deveria custar R$ 450 milhões, acabara de engolir R$ 5 bilhões, o campeão brasileiro de despesas superfaturadas achou prudente jurar que a Copa sairia de graça.

Conversa de vigaristas, confirmou a performance do ministro nesta quarta-feira. Com a arrogância dos condenados à impunidade, subiu a voz alguns decibéis e passou a exigir que o governo de São Paulo e a prefeitura da capital arranjem o dinheiro que falta para a construção do estádio do Corinthians. “Quando você se candidata a receber a abertura de uma Copa, eu imagino que você saiba das responsabilidades que possui”, falou grosso Orlando Silva.

Conforme o combinado, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab estão investindo R$ 350 milhões em obras no entorno do local onde será erguido o estádio. O aprendiz de extorsionário acha pouco. Como a Odebrecht acaba de anunciar que o colosso orçado em R$ 650 milhões vai custar R$ 1 bilhão, quer que os paulistas banquem a diferença. E invoca o precedente aberto pelo governador Sérgio Cabral, que espetou nos bolsos dos fluminenses a conta da reforma do Maracanã. Deveria custar R$ 600 milhões. Acaba de saltar para R$ 950 milhões.

Como a Odebrecht, o consórcio que age no Maracanã aumentou a gastança em R$ 350 milhões. A quantia talvez tenha resultado da soma das comissões, propinas e taxas de sucesso. Até agora, a corrupção era medida em porcentagens. A bandidagem esportiva pode ter descoberto que fixar um preço para a roubalheira dá mais dinheiro e menos trabalho.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

FÃ Nº 1 DE MICARLA CHEGA A NATAL


Charge de capa do Novo Jornal
18 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

MARCHA NA ALMA DO POVO

NA ALMA DO POVO

Jornal de Woden Madruga
Tribuna do Norte 06 de Maio de 2011

MARCHA DO MACHADÃO
Cresce o movimento em todas as classes sociais para abraçar o Machadão, condenado a ser demolido pelo governo do Estado, pela Prefeitura do Natal, CBF e Fifa, a serviço da Copa de 14. Na carta do poeta Alex Nascimento, publicada domin­go aqui, brilhou a sugestão "Por que não fazer uma corrente internéti­ca, arrodear o Machadão e esperar que venham os tratores, por que não?"

Outro poeta, o Eduardo Alexandre Garcia soltou a campanha firmada noutro mote de Alex: "Se quiserem demolir você pra fazer ou­tro, resista':

Transformou-se no slogan que está no cartaz: "Se quise­rem demolir você, REAJA!" - Marcha em Defesa do Machadão, dia 14, começando às 14 horas. Concentração no Papódromo"

A mensagem de Eduardo Alexandre acrescenta outras informações:

"Prepare sua faixa, seu cartaz, leve fogos, rojões! Vá festivo e em paz para a MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO. - Leve alegria. O evento é totalmente espontâneo, não tem participação de instituições, partidos políticos, clubes ou federação de futebol."

A marcha está na alma do povo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Talvez vocês comam a grama do day after.

DE PICARETAGENS E MARRETADAS 

POR ALEX MEDEIROS



Tudo por apenas R$ 12,00. É o preço que o leitor paga para entender com detalhes todos os esquemas de fraudes e negociatas que são feitos em torno de uma Copa do Mundo, principalmente em países pobres, com governantes e políticos promíscuos.

Doze reais é o custo de capa da revista Piauí, cuja última edição, nº 44, traz uma das mais bem elaboradas reportagens já publicadas no Brasil sobre os negócios da FIFA e, por conseguinte, da CBF e seus patrocinadores/cúmplices. Um primor de jornalismo.

Assinada pela jornalista Daniela Pinheiro, aquela mesma que foi bastante elogiada por gregos e troianos quando entrevistou José Dirceu, a matéria é de uma clareza cristalina, um texto didático e extremamente pontual sobre cada passo do evento esportivo.

Daniela revela os bastidores mercadológicos que envolvem poderosas marcas e empresas de jornalismo que garantem o controle emocional das multidões ignorantes que pensam estar contribuindo com o futuro alimentando os lucros privados.

Cita estudos e livros de pesquisadores que comprovaram com números e dados científicos a farsa do tal “legado da Copa” tão decantado em profusão por agentes públicos a serviço dos interesses privados de políticos e empreiteiros.

Aquilo que eu sempre repito aqui, sobre a ausência do famigerado legado no México, único país do mundo a realizar duas copas em apenas 16 anos, fica bem claro no competente texto da repórter, que tem quase duas décadas de experiência.

O envolvimento oportunista dos políticos sul-africanos na defesa da Copa 2010 lembra uma certa aldeia brasileira que em poucas coisas se diferencia da África. A ilusão de 150 mil empregos sazonais que sumirão após o jogo final da disputa mundial.

Todos os livros e pesquisas destacados pela Piauí comprovam com dados seguros o grande engodo que é o legado da Copa, apenas uma retórica que compra a consciência de cidadãos de baixo intelecto, mas que agem como parceiros voluntários da CBF.

É importante que os leitores entendam o que está por trás de uma Copa, de como o dinheiro público se transforma num festival de derrame que recheia cofres de terceiros. Não precisa ficar contra o evento – como EU – mas é preciso defender o erário.

A leitura da revista Piauí (apenas R$ 12,00) vem a baila num momento bem apropriado, quando alguns apaixonados por futebol se articulam para organizar uma passeata ao estádio Machadão, em Natal, de marretas na mão para simbolizar sua demolição.

A iniciativa, diga-se, não é dos picaretas que estão na órbita da operação de aprovar o projeto da Arena das Dunas, preocupados apenas com a gorda verba do BNDES a fundo perdido. Mas a idéia da passeata não poderia ter ocorrido em melhor hora.

Vamos batizá-la de PASSEATA DOS MARRETEIROS, mesmo que aqueles que engrossem o cordão dos iludidos não sejam os verdadeiros espertalhões que querem a Copa do Mundo apenas pela enorme facilidade de ganhar suas bolas no oficial.

Leiam a Piauí, rapazes! Assessores ávidos por mostrar serviço; puxa-sacos doidos para locupletarem-se; jornalistas eufóricos com os gomos da bola; publicitários pseudo-civilistas; comerciantes sedentos na ignorância; empreiteiros sedentos na esperteza.

Vão à luta MARRETEIROS, convoquem os PICARETAS para vossa passeata, arranquem o naco de cimento que lhes cabe na concretude das negociatas daqueles que lucrarão sozinhos com a Copa 14. Talvez vocês comam a grama do day after.

EM TEMPO: este colunista tem uma opinião distinta das duas bandas em conflito. Não quero a Copa 14 em Natal, prefiro ir assistir aos jogos no Rio. Mas sou a favor que o Machadão dê lugar a um pequeno estádio, tipo o Frasqueirão, para comportar o tamanho real do futebol papa-jerimum.

E leiam a Piauí, não esqueçam.

CONTRASENSO E DESPERDÍCIO


"Como é que se destrói uma obra que atualmente não se faz com menos de 180 milhões de reais?" Agnelo Alves

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO
DIGA SIM A ESSA IDÉIA
Para ex-prefeito de Natal demolição do Machadão é "contrasenso e desperdício"
Jornal de Hoje
02 de junho de 2010

O ex-prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves, considera "um contrasenso e um desperdício" a demolição do Estádio Machadão, do Ginásio de Esportes Machadinho e do Centro Administrativo para dar lugar ao complexo esportivo denominado "Arena das Dunas" para sediar jogos da Copa do Mundo em 2014 e abrigar repartições públicas estaduais e municipais. Responsável pelo início da construção do estádio quando era prefeito de Natal, Agnelo Alves critica a decisão perguntando: "Como é que se destrói uma obra que atualmente não se faz com menos de 180 milhões de reais?".

Esclarecendo que não é contra o novo projeto nem os jogos da Copa do Mundo em Natal, o ex-prefeito disse que se a opinião pública do Rio Grande do Norte e do Brasil tivesse o seu sentimento ouvido nenhum estádio de futebol seria demolido, principalmente quando a sua propriedade é passada para terceiros, que segundo ele, "são pessoas que não terão nenhuma obrigação de mantê-los. "Todos nós apoiamos e aplaudimos a realização de jogos da Copa do Mundo em Natal, desde que não houvesse destruição do nosso patrimônio", observa o ex-prefeito.

Alternativa

Agnelo Alves disse que quando era prefeito de Parnamirim sugeriu à Fifa que o complexo esportivo para sediar os jogos da Copa do Mundo fosse construído naquele município num terreno que teria todas as condições necessárias para o empreendimento localizado nas imediações do viaduto, entretanto, a sua sugestão não foi levada em consideração e a Federação Internacional de Futebol optou em construir a chamada "Arena das Dunas" no local onde funciona atualmente o Estádio Machadão, o Ginásio de Esportes Machadinho e o Centro Administrativo do governo do Estado.

COISA DO REINADO DA DANAÇÃO

Tenho pra mim, Senhor Redator, que isso é coisa do reinado da danação.

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO
DIGA SIM A ESSA IDÉIA

O ESTÁDIO DELIRANTE
Vicente Serejo

CENA URBANA - JORNAL DE HOJE
30.01.2009

O delírio, Senhor Redator, pode ser um estado ou um estádio. No nosso caso, aqui nesta vila que foi Aldeia Velha de Felipe Camarão e Capitania Hereditária do mui lido senhor João de Barro, o intelectual amigo do rei, é um estádio.

Surto ou estratégia, não importa. Basta saber-se que o plano de construí-lo parte da demolição de um conjunto arquitetônico - Machadão e Machadinho - para não citar os prédios do Centro Administrativo, tudo para uns incertos três jogos da Copa do Mundo.

Os que defendem a idéia, mesmo tocados pela boa fé, como é o caso do secretário Fernando Fernandes, parecem esquecidos - ou, tanto pior, desprezam - que a arquitetura, no mundo antigo ou moderno, faz parte dos traços culturais de um povo, daí o risco da demolição. Mais ainda se refletem um tempo, um estilo, um sentimento, uma marca da criação humana. É bem o caso do Machadão. E olhe, Senhor Redator, este cronista não tem espírito esportivo nem compleição física para exercê-lo.

Ora, se vivemos uma calamidade pública na saúde no Estado visto e decretado; um sistema estadual de ensino público degradado, com os piores índices de ineficiência; e uma segurança carente de investimento, como o governo se apresenta à opinião pública para anunciar a construção do que chamou de Arena das Dunas? Colosso encomendado aos gringos e a ser vendido em plena crise econômica mundial? Tenho pra mim, Senhor Redator, que isso é coisa do reinado da danação.

Das duas, uma: se perdeu a fronteira do bom senso; ou, tanto pior, é por consciência que se ensaia esse jogo como um cenário maroto para alimentar no povo a ilusão de que assistirá a dois ou três jogos da Copa. É aquele artifício: se não acontecer, paciência. Foi feito o possível, a pantomima dos acordes na orquestração do povo. Com a Ponte Newton Navarro também foi assim. O governo acabou pagando a conta porque ninguém veio assumi-la para explorar seus lucros. E não havia crise.

Na Arena das Dunas, mesmo no imaginário do que faz o governo nesse campo de atuação, vão rosnar, isto sim, as feras do remorso nascido da irresponsabilidade de pretender construir não só um colosso de concreto armado, mas uma pequena cidade administrativa. Perdoem os governantes, se é que há capacidade de perdoar nas suas almas poderosas, mas é uma forma de luxúria perversa esse simulacro, esse gesto de anunciar uma obra que nasce da destruição de um patrimônio público.

É de espantar que alguns agentes executivos da Prefeitura apóiem a iniciativa na mesma hora em que discute um dito Plano de Fluição do Trânsito para Natal.

Como, se querem plantar na nesga estreita entre duas grandes avenidas de penetração e escoamento - Cordeiro de Farias / BR 101 e a Prudente de Morais/Jorge O'Grady, que cobrem toda extensão urbana da cidade? Querem produzir o estrangulamento com uma convulsão total? É o estádio de delírio.

Que Deus tenha piedade de nós.

Submissão ao império da bola






ESTÁDIO DO OPRÓBRIO
Moacyr Gomes da Costa

Estimulado pelo lúcido artigo de Vicente Serejo de ontem em Cena Urbana, sob o titulo de “Estádio delirante”, me permito mandar para ele e para o não menos brilhante Alex Medeiros, meu aplauso de cidadão por suas posições corajosas e competentes, alertando a sociedade sobre esse “Cavalo de Tróia” que querem nos impingir em nome de uma Copa muito “nebulosa”, vendida à massa como redenção de nosso estado crônico de pobreza e abandono por meio de um gigantesco e dispendioso processo de propaganda enganosa, só visto no Terceiro Reich.

Vi, estarrecido e envergonhado na TV Assembléia a ópera-bufa da aprovação da lei dos “royalties”, sentindo o opróbrio a que estamos submetidos pela subserviência de políticos mal escolhidos pelo povo, jogando nossa soberania no lixo, agachados, como meros representantes de uma colônia ou um protetorado qualquer, submisso ao poderio do gigantesco império da bola. Quem ousa desafiá-lo?

Vi quase todos “amarelados”, arranjando toda sorte de desculpas esfarrapadas para sair bem na foto, uns dizendo que “seus Senhores” da FIFA exigiam a aprovação da matéria em regime de urgência, outros alegavam que apesar da precipitação, iriam exercer rigorosa fiscalização na execução das obras, pura gozação, a maioria afirmando que o milagre vai ser a salvação da pátria, outros, chegaram a admitir que poderiam ter discutido melhor o assunto, que poderiam ter barateado os custos do delírio, mas agora é tarde, os patrões não esperam mais.

Afinal, quem paga os salários dos governantes, secretários, deputados, vereadores, senadores e penduricalhos, é o povo do Rio Grande do Norte ou a FIFA?

Não cabe na cabeça de ninguém, que, um Governo que reconhece sua quebradeira, e a situação de indigência de seu povo, tenha o desplante de investir R$ 1,28 bilhões para arriscar uma loteria de R$ 3 bilhões , que ninguém sabe se vem mesmo, ou, se é a fundo perdido ou se é dado de presente, ou ainda se os promitentes são confiáveis. Se exterminarem o patrimônio e o dinheiro não vier, alguém vai ser punido ? E, o povo vai pagar sem conhecer os projetos?

Eu já disse, e vou repetir, esses R$ 70 milhões dos “royalties”, não garantem um debito de mais de um bilhão, é um disfarce, ou chupeta para enganar criança. O filé do negócio é o fundo garantidor dos terrenos, e, concluindo, repito, vamos findar, sem estádio, sem ginásio, sem arena, sem copa e com um débito impagável. Um deputado chegou até a exigir o calendário de pagamento dos funcionários, prevendo o que poderá acontecer com a Folha.

O povo indiferente, inerte ou anestesiado, os gestores coniventes, só resta esperar pelo MP, ou, só Deus poderá nos livrar desse terremoto.

25/03/2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO


Prepare sua faixa,
seu cartaz,
leve fogos, rojões!
Vá festivo e em paz para a
MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO
14 DE MAIO, A PARTIR DAS 14 HORAS
ESPAÇO CULTURAL PAPA JOÃO PAULO II
PAPÓDROMO

leve alegria

Esse evento é totalmente espontâneo
não tem participação de instituições,
partidos políticos, clubes ou federação
de futebol

domingo, 1 de maio de 2011

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO


Recebi de Moacyr Gomes
sobre a MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO
SÁBADO, 14 DE MAIO, A PARTIR DAS 14 HORAS,
COM CONCENTRAÇÃO NO PAPÓDROMO

Caro Eduardo Alexandre:

Em principio, acho louvável a idéia, mesmo sem saber como será a coordenação da marcha, nem quantos comparecerão, entendendo apenas que, se houver um número significativo de pessoas, poderá ter algum efeito no sentido meramente histórico, registrando um crime hediondo que poderá ser perpetrado contra nossa cidade, totalmente indefesa diante dessa força esmagadora de espoliação de nossa soberania, por interesses escusos, que conta com a estupidez crônica de nossos políticos, somada à atração da corrupção que infelizmente faz parte do DNA de grande parte dos títeres que elegemos em nosso país.

Em caso de um comparecimento pouco expressivo, só servirá de chacota, dando mais força aos vândalos, comandados por alguns psicopatas que recebem gordos contracheques às custas de nossos impostos.

De repente, neste amanhecer de 1º de maio, assistindo o fantástico espetáculo da beatificação do Papa João Paulo II, com o mundo inteiro na Praça de São Pedro, lembrei-me que há vinte anos, ali mesmo naquele largo do Machadão, aquele santo celebrou uma missa memorável, quando, beijando nosso solo, o tornou bento. Ali estavam alguns dos carrascos que querem executar impiedosamente, por capricho e safadeza, aquele patrimônio público. Talvez, se forem católicos verdadeiros, sintam algum remorso.

Aí, ocorreu-me pedir a Deus, invocando àquele santo, que me tirasse do peito este amargo sentimento de indignação e me iluminasse com alguma idéia construtiva.

Veio a resposta, Esta “Marcha de Defesa do Machadão” que você acaba de me anunciar, poderia se transformar numa “Marcha para transformar o Machadão em centro de educação e formação de atletas”.

Em detalhes, seria transformar todo o Largo em grande praça pública, construir um santuário para o santo João Paulo II, ali no mesmo lugar do altar onde ele rezou a missa, aproveitar, com pequena reforma, o estádio e o ginásio para um centro educacional modelo, que oferecesse educação formal e preparação de futuros atletas, preferencialmente meninos pobres e filhos dos trabalhadores, vez que a idéia chega no Dia do Trabalhador.

Isto, além de evitar prejuízo irreparável e gastos astronômicos com uma empanada de circo para duas ou três peladas, e posteriormente, para uso de festas pagãs que os ricos não precisam, pois têm como assistir shows em Paris, Londres, Los Angeles, etc .

A Arena das Dunas pode ser construída em qualquer outro lugar, para a FIFA e seus asseclas encherem a cueca, e o futebol pode ir para o Juvenal Lamartine, que na verdade está do tamanho adequado aos nossos paredros.

Seria, assim, um equipamento de abrangência nacional; daria verdadeira “visibilidade” internacional à cidade, até porque o nome de Natal está vinculado ao nascimento de Cristo, e o santo ora beatificado traria, sem dúvida, permanentemente, milhares de romeiros que transformariam de verdade nossa cidade em pólo turístico, como a gruta de Fátima e outro lugares santos ao redor do mundo.

Acredito que essa idéia poderá ser analisada pelos que estiverem à frente dessa marcha contra a DESTRUIÇÃO, e, se for aprovada, poderão tentar divulgá-la pela imprensa, que, Graças a Deus, ainda tem muita gente lúcida e corajosa.

A idéia pode ser vendida na mídia como uma “encarnação” de uma mensagem do além.

Meu nome é irrelevante. Infelizmente, dois anos de náuseas provocadas por tanto lixo me deixaram fisicamente impossibilitado de continuar na luta quixotesca. Mas, faça uso dessa mensagem da maneira que melhor possa servir para a causa que você também abraçou.

Tenho certeza que seu saudoso pai, bem como todos os que lutaram por aquela obra, mortos ou vivos, ou ainda aqueles cidadãos que ainda guardam sua dignidade, irão aprovar.

Moacyr Gomes
1º/05/2011