quinta-feira, 15 de outubro de 2009

REMANESCENTE

Jorge Fernandes

Sou como antigos poetas natalenses

Ao ver o luar por sobre as dunas...

Onde estão as falanges desses mortos?

E as cordas dos violões que eles vibraram?

— Passaram...

E a lua deles ainda resplandece

Por sobre a terra que os tragou

E a terra ficou

E eles passaram!

E as namoradas deles?

E as namoradas?

São espectros de sonhos...

Foram braços roliços que passaram!

Foram olhos fatais que se fecharam!

Ah! Eu sou a remanescença dos poetas

Que morreram cantando...

Que morreram lutando...

Talvez na guerra contra o Paraguay!

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