Leonardo Sodré
Ontem, sábado, 09, atendendo a convite de um casal de amigos, fomos assistir ao show de Júlio Iglesias no Machadinho. Nem bem sentamos, chega o fotógrafo França, que sempre nos acha em qualquer ambiente de festa e já tem os endereços guardados na memória para a posterior entrega das fotos. Aliás, as fotos de França vêm com legenda no peito, parece até aquelas dos presos em delegacias. E ele inventa nomes para os eventos. Não duvido que a legenda deste sábado seja “Festa baile com Júlio Iglesias”.
Ficamos instalados numa mesa próxima das arquibancadas e, enquanto aguardávamos o começo do show, já percebemos um casal, cujo homem estava para lá de bêbado, gritando no celular “que estava em pleno Machadinho esperando Júlio Iglesias”. E gritava:
- Marinês! Vai começar daqui a cinco minutos!
E a pobre da mulher, que estava ao seu lado, suplicava:
- Naldo, fale mais baixo que está todo mundo olhando...
Mas Naldo, que consumia uma cerveja atrás da outra, não parava de falar com Marinês pelo celular, e, quando começou o show, foi um horror porque ele gritava mais alto ainda para ir dizendo as músicas que Iglesias ia cantado. Depois, estirava o braço para Marinês ouvir pelo celular, e bradava:
- Escuta, Marinês!
A história se prolongou até quase o final do show, quando uma senhora de meia idade, que estava com o marido mais passivo do mundo, ameaçou dar um soco se ele não parasse de gritar por Marinês.
- Pare de falar com essa rapariga, senão eu meto a mão na sua cara! Esbravejava a senhora.
Enquanto isso, Naldo ameaça partir para cima da mulher e era contido por Neves, a sua, enquanto a senhora ameaçadora gritava que era braba e era contida por outras pessoas e seu marido assistia ao show como se nada estivesse acontecendo por trás dele.
Passado o imbróglio, Naldo voltou a irradiar o show para Marinês, até a carga da bateria do celular acabar, para alívio de todos os que estavam por perto. Naldo foi o show.
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