Palmyra Wanderley
Em frente o mar, fervendo e espumando de ira,
Na nevrose do ódio, em convulsões rouqueja
E contra a Fortaleza imprecações atira
E blasfema e maldiz e ameaça e pragueja.
Todo ele se baba. E se arqueja e delira,
Na fervente paixão de vencê-la. . . Peleja.
Ergue o dorso e se empina e se estorva e conspira
E cai, magoando os pés daquela que deseja.
A Fortaleza altiva, agarrada às raízes,
Nem parece sentir as fundas cicatrizes,
Dos golpes com que o mar o seu corpo tortura.
Evocando o passado, avista as sentinelas,
No cruzeiro do sul a cruz das caravelas
E as flechas de Poti rasgando a noite escura.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
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