quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Natal em 1872




Natal há cem anos passados

Veríssimo de Mélo

Sobre a festa do Natal, o autor refere que saíam às ruas o Bumba-meu-boi, o samba, o maracatu e o batuque. A referência ao maracatu é curiosa. Sabíamos da existência do tradicional maracatu no Recife, e, mais recentemente, em Fortaleza.

Como seria Natal há cem anos passados? Quais as dimensões da cidade, topônimos, festas, superstições, costumes, condições gerais de vida da Província do Rio Grande do Norte aí pelos idos de 1872?

Temos agora em mãos um depoimento de valor histórico, que nos permite visão e comentário em torno dos aspectos mais interessantes da nossa cidade, naqueles velhos tempos.

Documento que não vimos citado pelos nossos historiadores, mas que tem valor não somente histórico, mas igualmente sociológico e antropológico. Trata-se do capítulo "Natal do Meu Tempo", do livro "MEMÓRIAS E DEVANEIOS", de autoria de Lindolpho Câmara, editado em 1938 no Rio de Janeiro. (Devemos ao dr. Marciano Freire a lembrança de nos permitir compulsar o documento).

Esse Lindolpho Câmara, estamos sabendo agora, era homem probo, ligado à tradicional família Câmara, do Estado, tendo exercido postos os mais elevados no funcionalismo provincial e federal.

Comparando-se os dados históricos de Lindolpho Câmara com os do historiador Manoel Ferreira Nobre, ("BREVE NOTÍCIA SOBRE A PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE"-1877), vemos que eles se completam e ampliam as informações sobre a época. Ferreira Nobre foi o nossso primeiro historiador. Seu livro já obedece a uma sistemática, atendo-se, preferentemente, aos aspectos políticos, educacional, administrativo e sócio-econômico da Província. Lindolpho Câmara, embora consigne alguns dados estatísticos sobre a cidade, estende-se mais a respeito de costumes e tradições. Seu depoimento, menos extenso, é mais pitoresco, mais vivo do que o de Ferreira Nobre. Em muitas passagens, escreve com objetividade e graça.

A primeira impressão de Lindolpho Câmara sobre Natal é a respeito da extrema pobreza da população. Em 1870, a cidade contava 12 mil almas. A população total da Província, segundo o censo de 1872, por ele citado, elevava-se a 233.960 habitantes, número quase idêntico ao que nos dá Ferreira Nobre.

Os que aqui nasciam, diz o autor, em face da precariedade do meio, só tinham condições de ser pescadores, roceiros ou soldados de Polícia. O comércio era pobre. Não havia água encanada, nem esgoto, nem luz. Os poucos lampiões existentes, que queimavam azeite de mamona, antes do querosene, não se acendiam em noites de lua... O 33º Presidente da Província, Henrique Pereira de Lucena, em 1872, pronunciava-se tristemente sobre Natal: Vila insignificante e atrasadíssima do interior”. Daí o trocadilho da época sobre Natal: Cidade? Não-há-tal.

A respeito da mendicância, Lindolpho Câmara afirma, simplesmente, que não havia em Natal, porque ninguém tinha o que dar... Nesse sentido, evoluímos muito.

Natal constituía-se da Cidade Alta e da Cidade Baixa ou Ribeira. As tradicionais lutas entre xarias e canguleiros são mencionadas pelo autor como fato de um século atrás, embora nada tenha visto a respeito. Além dos prédios públicos principais, a casa dos governadores, a Câmara e Cadeia e o Erário, só existiam quase as mesmas igrejas de hoje: a da Matriz, de Santo Antônio, do Rosário e do Bom Jesus.

Os nomes de logradouros e ruas foram quase todos mudados, o que é lamentável, pois eram mais bonitos do que os atuais. O Canto do Mangue, por exempIo, era chamado o Canto das Jangadas. E as ruas principais eram a da Tatajubeira, das Virgens, das Laranjeiras, do Fogo, Rua Grande, Praça da Alegria, Rua da Palha, Rua Nova, Rua dos Tocos, Uruguaiana, Beco Novo. Os logradouros mais famosos eram o Baldo, a grande piscina pública, e o cais do Passo da Pátria, onde ancoravam as embarcações vindas do interior. A única devoção popular conhecida era a da Santa Cruz da Bica, hoje decadente. Há referência a uma lagoa de José ou João Felipe, e que deve ser a atual lagoa de Manoel Felipe.

Os dois mercados existentes eram precários: O da Ribeira funcionava debaixo de uma velha Tatajubeira. O da Cidade Alta, à Rua Nova, sob “frondosas gameleiras”. As medidas e pesos usados na época eram a cuia, a vara e a libra. As moedas eram o xenxém de 10 réis; dobrões de cobre de 20 e 40 réis; notas de 1$000 e 2$000; sendo que a unidade era pataca, equivalente a 16 vinténs.

Lindolpho Câmara faz uma afirmação importante do ponto de vista financeiro: “Naquele tempo, tudo era barato, menos o dinheiro.” É que a desgraçada da inflação ainda não tinha sido inventada pelos economistas...

COMER E BEBER

Parece oportuno verificar o que comia e bebia o natalense há cem anos passados: As frutas, os peixes, o doce, as bebidas, os pratos típicos.

Nos dois mercados, além da feira no Passo da Pátria, encontravam-se várias frutas apanhadas nos sítios e matas em redor da cidade. Umas abundantes ainda hoje. Outras, já raras. Por exemplo: Eram e continuam abundantes, a mangaba, os cajus, cajaranas. Mas já não é fácil, nos mercados, frutas como a massaranduba, guabiraba, camboins, oitis, ingás de corda, como ele chamava. E outras que até desconhecemos, como as ubaias e os guajerus. Todavia, para colher essas frutas, havia que enfrentar os inimigos traiçoeiros dos matos: as formigas de fogo, cobras nas moitas e vespas na galhada. As caças mais abundantes na época eram os jacus, inhambus, cotias e tatus.

Diz Lindolpho Câmara que não havia terra com maior abundância de peixes e crustáceos do que Natal daquela época. Trazidos pelas jangadas dos pescadores, enumeravam-se a cavala, o dentão, a cioba, o pargo, a pescada, a bicuda, o dourado, a corvina, o beijupirá e o cação. Nas praias, através dos currais ou da pesca de arrastão, com tresmalhos ou tarrafas, estavam as tainhas, sardinhas, espadas, palombetas, galos, carapebas, carapicus, bagre, baiacu, agulhas e agulhões. Pescados nos mangues e recifes da Fortaleza, lembra os camarões, lagostas, lagostins, caranguejos, siris e aratus. Outras variedades eram os ouriços, ostras, mariscos, unhas de velho e polvos. De Ponta Negra, apesar da "longitude da travessia", vinham os xaréus. Quanto à carne verde, o autor informa que eram abatidas duas rezes nos dias comuns e três, do sábado para o domingo e dias festivos, para toda população.

A venda dos peixes, nos mercados, era feita tradicionalmente anunciada pelo eco de um grande búzio, "soprado por sujeito de fôlego e que estrondava pela cidade silenciosa até os seus confins".

Os pratos típicos mais famosos parece que eram as "dobradinhas", "cobiça dos gastrônomos", diz o autor, feitas com "livros" ou "folhoso". A propósito desses "livros", conta uma anedota de certo tipo popular, o negro Moisés, servente ou oficial de justiça, que andava sempre de sobre-casaca e cartola. Ao cruzar com o juiz de direito, sobraçando um "livro" (estômago de boi), indagou a autoridade:

- O que levas aí, é a Bíblia? Resposta rápida do negro:

- Não senhor, é o Código Penal.

O autor faz referências a outros pratos cuja fama chegou até nós: os mocotós, para as mãos-de-vaca ou panelada; os miolos, para as fritadas; as tripas e Iínguiças.

Das bebidas, só há registro da cachaça de Papari, que ele chama "a deusa dos ébrios", e a "Iaranjinha". Para as pessoas de categoria, havia a "genebra de Holanda", importada em botijas de barro vidrado.

Já há cem anos certas bebidas se confundiam com remédios poderosos: a genebra era receitada também para cólicas intestinais, defluxeiras, espinhela caída, maus-olhados, sarampo e bexiga recolhida... Hoje, a cachaça corta resfriado e o uísque é bom para o coração...

Em matéria de fumo, o melhor cigarro era o de fumo picado em papel de milho. Só o nome depreciativo chegou até nós: Era o mata-rato...

SERENATAS E TERTÚLIAS

Há cem anos passados, Natal apresentava alguns costumes e tradições que chegaram até nós. Outros, porém, já se diluíram no tempo. Praticamente desapareceram da cidade em crescimento.

Claro que ainda hoje, por exemplo, temos serenatas e tertúlias (estas com outros nomes). Mas os “Cantões”, - de que nos fala Lindolpho Câmara, - já desapareceram. As festas de São João e Natal ainda persistem embora perdendo sempre o brilho e o entusiasmo de antigamente.

Examinemos.

As serenatas, há cem anos atrás, nas noites de lua, eram feitas ao som de violões, flautas, clarinetes e pistões. (Ora, quem sair, nos dias de hoje, com piston e clarinete, pela madrugada, estará muito arriscado a ser levado pela Rádio-Patrulha. A lei do silêncio será logo lembrada, pelo telefone.

Lindolpho Câmara nos fala com tal entusiasmo das serenatas do seu tempo, que chega a afirmar: “... até as pedras das calçadas se levantavam para ouvir” os seresteiros.

Cantavam coisas assim:

“Linda deidade

chega à janela,

vem ver a lua

Como está bela.”

(A lua, coitada, depois que os astronautas estão lá dentro, já está meio desacreditada pelas moças).

Mas frisa o autor que não era só a janela que se abria para os seresteiros. Era a porta, para deixar entrar "o bando canoro". E o trago de vinho do Porto era servido a todos, "em um copo único” .

A tradição do copo único, que já não existe, lembra a do mate gaúcho, servido de igual maneira. Com a divulgação dos princípios de higiene, ninguém mais se arrisca a beber no copo usado até mesmo por uma donzela ...

As festinhas familiares de hoje, aniversários, comemorações de qualquer espécie, entre amigos, eram chamadas antigamente de "tertúlias". Lindolpho Câmara refere que a falta de clubes recreativos na cidade determinava as comemorações caseiras. Parece que esse não era o motivo principal. Hoje, a cidade está cheia de clubes e as festinhas familiares continuam. São as mais gostosas.

Naquele tempo, já se recitava ao som de Dalila, um dedilhado ao violão, que chegou até nós. Alguns conservadores ainda fazem questão da Dalila, para recitar besteira.

Numa dessas tertúlias, há cem anos passados, o autor lembrou distinta dama da sociedade, que a todos encantou interpretando uma melodia e acompanhando-se ao violão. Atualmente, de tanto "encher" a cidade as Maysas Matarazzos e outras vedetes do gênero, é mais aplaudida a dama que não canta e nem toca violão.

Os "Cantões" eram reuniões permanentes de pessoas amigas, nas calçadas de certas residências, para bater papo e falar da vida alheia. O mau hábito de falar da vida alheia é universal e eterno. Mas em Natal, já agora, não se fala apenas em locais determinados. Fala-se por toda parte.

Lembra Lindolpho Câmara o "cantão" famoso do capitão José Antônio de Souza Caldas, na cal-çada da sacristia da Matriz. O capitão, que morava defronte, fornecia as cadeiras e a turma se reunia, toda tarde. Era uma roda de conservadores, diz o autor, o que excluía os liberais da época.

Sabemos hoje, de raros casos de pessoas distintas de Natal, que ainda se reúnem em cadeiras nas calçadas, para papear. Mas, Deus nos livre de citá-Ios nominalmente e nem lembrar de quem ali se fala e toda a cidade sabe no dia seguinte ...

O perigo maior de sentar na calçada, nos dias atuais, para falar da vida alheia, não é tanto devido à possível repercussão dos assuntos tratados. O perigo mesmo está na passagem dos chamados"playboys ", com suas máquinas voadoras, podendo levar todos nós de roldão, para o beleléu ...

SÃO JOÃO E NATAL

Duas grandes festas do povo, na cidade, há cem anos passados, eram também o São João e o Natal, afirma o memoralista Líndolpho Câmara.

No São João, acendiam-se as fogueiras diante dos lares pobres ou remediados, para assar o milho verde e as batatas doces. Dentro das casas, armavam-se altares de banqueta, com a efígie de São João ao alto. Entoavam-se cantos alusivos à data e na mesa de jantar estavam os pratos de canjica e bolos os mais variados.

Moças e rapazes tiravam sortes, - como ainda hoje, - para saber com quem casavam. À meia-noite, diante do altar, cumpria-se velha superstição: Todos deveriam olhar um espelho, para verificar se viam a própria cabeça. (É claro que todos a viam). Mas afirmava-se que, aquele que não a visse, deveria logo mandar encomendar o caixão mortuário ... Variante da mesma alusão, que já registramos no passado, mandava que se olhasse para o fundo de uma jarra com o mesmo fim.

Sobre a festa do Natal, o autor refere que saíam às ruas o Bumba-meu-boi, o samba, o maracatu e o batuque.

A referência ao maracatu é curiosa. Sabíamos da existência do tradicional maracatu no Recife, e, mais recentemente, em Fortaleza. Mas nunca tivemos notícia de maracatu em Natal. Pena que o autor não tivesse descrito o folguedo popular.

Nas casas de famílias, armavam-se os "vistosos presépios", a nossa verdadeira tradição latina, hoje praticamente substituída pelas chamadas "árvores de natal", pagãs e sem qualquer vinculação com a tradição brasileira e portuguesa.

À meia-noite, informa Lindolpho Câmara, serviam-se as comidas típicas, algumas "hoje" quase desconhecidas: os pastéis de carne de porco, o chouriço, os doces secos, os sequilhos, as castanhas de caju confeitadas.

Os cordões das Pastorinhas invadiam as casas, entoando os cânticos tradicionais:

"Entrai, entrai Pastorinhas,

entrai, entrai em Belém,

vinde ver nascido

Jesus, nosso Bem".

É preciso considerar o comportamento das moças nessa época, segundo refere o autor. O recato era rigoroso: ''Não podiam por o pé fora do sapato, não podiam cruzar as pernas, nem falar alto nem comer qualquer iguaria à porta ou à janela, nem olhar para rapazes". O namoro era considerado indecoroso. As moças só casavam com quem os pais determinavam.

Conta, a propósito, o que se verificou na casa do Dr. Loló, senhor de engenho no Ceará-Mirim. Certo dia, apareceu um sujeitinho para pedir a mão de uma das suas filhas em casamento. Dr. Loló reuniu as meninas, avisou-as antecipadamente de que não deveriam aceitar a proposta e mandou-as para a sala. Falou na presença de todos:

- O sr. Manuel veio pedir uma de vocês em casamento. Qual a que quer?

- Eu não quero, disse uma.

- Eu também não, disse outra.

Então o Dr. Loló exclamou diante do fracassado pretendente:

- Está vendo, Manuelzinho, elas não querem. Não posso satisfazer o seu pedido, embora fosse muito do meu agrado ...

Mas, apesar disso, é fora de dúvida de que as moças namoravam e casavam, vencendo ou driblando os obstáculos paternos. E havia muitas que fugiam, exatamente como hoje.

MEIOSDE COMUNICAÇÃO

Quanto menor a cidade e mais pobre, mais precários são os seus meios de comunicação. Por aí já se tem uma idéia de como seriam os veículos de comunicação na velha cidade do Natal, há cem anos passados.

Das memórias de Lindolpho Câmara, que estamos comentando, destacam-se, nesse sentido, os sinais semafóricos, através do telégrafo ótico da Catedral e o movimento dos carretos à cabeça, em animais e carros de bois.

Esse telégrafo, por meio de bandeiras e cores, montado no alto da torre da Matriz, foi também um dos nossos alumbramentos na meninice. Muitas vezes, ficávamos horas esquecidas sentados no telhado de casa, só prá ver os escoteiros mudar as bandeiras coloridas. Mesmo sem entender o significado dos sinais, estamos convencidos, hoje, de que aquele serviço foi, na verdade, a nossa primeira TV a cores.

Temos agora em mãos o folheto intitulado "CÓDIGO DO TELEGRAFO ÓPTICO", trazendo o decreto estadual n.º 156, de 18 de novembro de 1921, do Governador Antonio J. de Mello e Souza, que restabeleceu o serviço semafórico, sob a direção da Associação dos Escoteiros do Alecrim.

Segundo as "explicações", o telégrafo começaria a funcionar a "um quarto antes do nascimento do sol terminando um quarto de hora depois do ocaso". São centenas de convenções, de acordo com o Código Marítimo Internacional. Mas o nosso, da Catedral, só empregava três bandeiras – azuis e vermelhas, quadradas e em forma de quadriláteros, - e três galhardetes.

Entre outras informações, os sinais indicavam a saída e entrada dos navios; se eram de guerra ou transporte; nacionalidade; se estavam passando noutra direção ou vinham ancorar em Natal; se havia enfermo a bordo; se pediam o prático; nome da embarcação e da companhia de navegação, etc. Havia até um sinal que indicava se o navio batera na “baixinha”, a pedra famosa onde encalharam várias embarcações.

O telégrafo ótico prestou serviço real à população natalense desde o século passado até, talvez, a década de trinta.

Sobre os outros meios de comunicação, convém registrar a observação de Lindolpho Câmara quanto ao nosso primeiro carro de passeio.

Afirma que, há cem anos passados, Natal não dispunha de um só veículo para tráfego na cidade. Tudo era feito a pé ou em animais. E ninguém cogitava de adquirir nem mesmo "uma caleça ou um tilbury".

Daí, relata coisas incríveis como estas: O Presidente da Província, com o seu séquito, partia a pé, do Palácio (na rua do Comércio, na Ribeira), subia a ladeira e vinha abrir a sessão da Assembléia Legislativa na Cidade Alta. Diz ele: " ... chegavam esbaforidos, suarentos, que quase nem podiam subir as escadas do edifício... " Finda a cerimônia, tornavam pela mesma rota ao Palácio.

Os enterros eram penosos, acrescenta. Todos "chegavam deitando a alma pela boca, menos o defunto". Os casamentos "eram ridículos": Todo mundo a pé, inclusive os noivos, na frente, subindo e descendo ladeira, dando topadas nas pedras pontudas ...

Só nas proximidades da proclamação da República, o dr. Celso Caldas, médico, adquiriu um carro usado, no Recife, nele atrelando dois cavalos magros. Fazia as visitas aos doentes nesse carro e também passeava, emprestando-o, muitas vezes, para cerimônias oficiais.

Em conclusão: Foi esta a imagem que pudemos inferir de Natal há cem anos passados, segundo o depoimento do Dr. Lindolpho Câmara. Era, positivamente, uma cidade pobre, desprovida dos meios mais elementares ao desenvolvimento urbano. De certa forma, refletia a influência do plano nacional. Todavia, nestes cem anos de existência, Natal cresceu e desenvolveu-se muito mais do que poderiam imaginar os já nascidos nas primeiras décadas deste século XX.

Daqui a cem anos, isto é, no ano de 2072, o que dirão de nós os nossos pósteros?

Possivelmente, ainda nos considerarão subdesenvolvidos como nós achamos hoje os nossos ante-passados do ano de 1872. E assim é a vida ...

Instituto de Ciências Humanas – UFRN - ICH Revista, Natal, v.1, n.3, jul. 1972



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