Nuis dias de quarta fêra,
lá no Carrasco, in Natá,
uma fêra maraviosa,
tem de tudo, é colossá.
E in têrmo de presepada,
lhe juro, meu camarada:
Eu nunca ví nada iguá.
No tempo que eu biritava,
lá eu tinha meu ispaço.
Nais barracas, tira gôsto,
e alí, sem imbaraço,
tendo ao lado um sanfonêro,
biritando o dia intêro,
eu era o reis do pedaço.
Chegando á fêra da carne,
Nelinho, um cabra legá,
à carne do tira gôsto,
dava um trato biritá.
Na barraca de Francisca,
a gente seguia à risca,
o meu compadre Norbá.
Tinha Araquen, Timba, Tôco,
Fernando, Doca, Bastinho,
Romão, Bocão, o véio do queijo,
Nino, Bobeira e Bodinho.
Fazia parte da lista,
um que era taxista,
meu amigo Tomazinho.
Dona Helena da barraca,
a cada um biritêro,
atindia a todo mundo,
com caríin o dia intêro.
O ambiente era gostôso,
sempre eu ía cum Teimoso,
mais seu Chimba e o Véio Fulêro.
Quando era no fim da fêra,
alí virava um bordel.
Mas era maraviôso,
eu me sentia no céu.
Já melado aperriando,
e desafôro iscutando,
da véia dona Isabel.
Carlinhos do cachorro quente,
sempre mexendo a panela.
Se a garrafa de cachaça,
tava perto, eu ía nela.
Carlinhos me dava ispôrro,
quando eu pidia um cachôrro,
um pinico e uma vela.
Taí, Nelinho, o poema,
prá minha gente querida.
Para todos uis fêrante,
prá fêra nunca isquecida.
Digo nais ponta duis casco,
que tu, Fêra do Carrasco,
faiz parte da minha vida...
Bob Motta
NATAL-RN
28.Set.2009
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