Sentei sobre as rochas do mar natalense
Vi lindos coqueiros no ar balançando
Crustáceos na praia num ritmo bailando
Iguais a palhaços do mundo circense.
Senti no meu peito um gênero tense
De rimas serenas na alma a ruflar
Belezas marinhas do chão potiguar
Tocando meu corpo com plácidos beijos
Iguais os amores de mil caranguejos
Trocando carícias na beira do mar.
Andei pelas terras do povo Poti
Pensando no amor da morena “praieira”
Cabocla do mar de beleza maneira
Que o canto levou pro distante porvir.
Nas tendas marinhas vi o índio surgir
Levando o tacape e a cor do lugar
No barco ligeiro no mar se jogar
Ficando distante da terra pequena
Dizendo pra Deus, cadê minha morena?
Não volto sem ela pra a beira do mar.
Pisando nas brancas areias marinhas
Vi beijos do mar seduzindo Natal
Seu corpo dançava um amor natural
Mostrando o sorriso das horas tardinhas.
Barqueiro que vinham nas águas mansinhas
Trazendo os segredos que foi desvendar
O povo corria querendo olhar
Os peixes gigantes que habitam o profundo
Mulheres, crianças, até moribundo,
Faziam fileiras na beira do mar.
Corri num galope nas brancas areias
Tangendo meus versos no mar potiguar
Vi luz do horizonte no corpo dourar
As peles morenas das lindas sereias.
Seus braços abertos mostravam cadeias
Pra homens sem medo que fossem nadar
Mulheres secretas dum mundo a reinar
Ocultas nas águas do grande oceano
Fazendo pequeno qualquer ser humano
Que pense vencer a grandeza do mar.
Gilmar Leite
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