domingo, 20 de setembro de 2009

Galopes No Mar Potiguar

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Sentei sobre as rochas do mar natalense

Vi lindos coqueiros no ar balançando

Crustáceos na praia num ritmo bailando

Iguais a palhaços do mundo circense.

Senti no meu peito um gênero tense

De rimas serenas na alma a ruflar

Belezas marinhas do chão potiguar

Tocando meu corpo com plácidos beijos

Iguais os amores de mil caranguejos

Trocando carícias na beira do mar.

Andei pelas terras do povo Poti

Pensando no amor da morena “praieira”

Cabocla do mar de beleza maneira

Que o canto levou pro distante porvir.

Nas tendas marinhas vi o índio surgir

Levando o tacape e a cor do lugar

No barco ligeiro no mar se jogar

Ficando distante da terra pequena

Dizendo pra Deus, cadê minha morena?

Não volto sem ela pra a beira do mar.

Pisando nas brancas areias marinhas

Vi beijos do mar seduzindo Natal

Seu corpo dançava um amor natural

Mostrando o sorriso das horas tardinhas.

Barqueiro que vinham nas águas mansinhas

Trazendo os segredos que foi desvendar

O povo corria querendo olhar

Os peixes gigantes que habitam o profundo

Mulheres, crianças, até moribundo,

Faziam fileiras na beira do mar.

Corri num galope nas brancas areias

Tangendo meus versos no mar potiguar

Vi luz do horizonte no corpo dourar

As peles morenas das lindas sereias.

Seus braços abertos mostravam cadeias

Pra homens sem medo que fossem nadar

Mulheres secretas dum mundo a reinar

Ocultas nas águas do grande oceano

Fazendo pequeno qualquer ser humano

Que pense vencer a grandeza do mar.

Gilmar Leite

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