quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

1918 - A gripe espanhola em Natal

O Jornal de Hoje

18 NOV

1918 - A gripe espanhola em Natal

Elísio Augusto de M. e Silva,
empresário, escritor e presidente da Fundação Amigos da Ribeira (elisio@mercomix.com.br)


No ano de 1918, Natal era uma cidade tranquila, que acompanhava nos jornais as notícias da terrível guerra que se desenrolava há quatro anos.

Diariamente, os jornais locais traziam notícias dos combates e histórias acerca das novas armas, como o avião e o submarino. Aqui, embora o natalense acompanhasse o conflito distante, o ritmo da cidade não era alterado.

Porém, em 26 de outubro de 1917, depois de quatro navios brasileiros serem torpedeados por submarinos alemães, o Brasil declarou guerra. Todo o País sentia-se orgulhoso de participar da 1ª Guerra Mundial e o Presidente Wenceslau Brás decidiu comprar uma frota de navios para a Marinha de Guerra, no intuito de ajudar os Aliados.

Em maio de 1918, partiu da Capital Federal a pomposa frota naval, que foi batizada de DNOG (Divisão Naval de Operações de Guerra). No mês de julho, a frota composta de oito navios aporta no Rio Potengi, encantando toda a Cidade de quase 29.000 habitantes. Após a partida da DNOG em direção à África, a cidade voltou ao ritmo normal.

No dia 24 de setembro de 1918, o jornal "A República" publica em sua edição de terça-feira uma nota intitulada "Influenza", que notificava que o ministro do exterior Nilo Peçanha havia sido comunicado de que vários marinheiros da DNOG morreram em consequência da "influenza ou gripe espanhola". Logo depois, com a chegada de novas informações, ficava claro que uma epidemia estava crescendo mundo afora, tornando-se o que a ciência classifica de pandemia, ou seja, uma doença em escala global. No Rio de Janeiro, ainda na segunda quinzena de setembro de 1918, vários navios comerciais chegaram com passageiros infectados e começaram as primeiras mortes no País.

No dia 3 de setembro do mesmo ano, o jornal "A República" informava que havia diversos casos da influenza no Recife, e, a partir daí, a notícia passou a ser constante nos jornais de nossa Capital.

Conforme o medo da doença crescia, várias medidas de higiene pública começaram a ser postas em prática.

No dia 23 de outubro de 1918, o Colégio da Conceição resolveu encerrar o ano letivo sem festas, nem entrega de diplomas, com medo da epidemia. Várias medidas profiláticas surgiam por toda a cidade, com o intuito de evitar a doença: "evitar aglomerações, não fazer visitas, evitar fadiga e excesso físico".

O interior também não se mostrava imune à influenza. Da cidade de Areia Branca vinha a notícia de que a gripe havia chegado à cidade.

De Nova Cruz, o Presidente da Intendência informava que se recuperava da gripe espanhola. O Intendente de Mossoró informava que 38 pessoas haviam morrido na cidade.

De uma hora para outra, a gripe espanhola entrou no cotidiano da população da Capital, e começam a surgir nas páginas dos jornais anúncios de diversos remédios, tais como: "puritol", "bálsamo philantropico", "kolyohimbina", "briônia", que prometiam a cura contra a gripe espanhola.

Provavelmente, a primeira morte ocorrida em Natal em decorrência da gripe espanhola foi a do comerciante cearense Mozart Barroso, a bordo do navio "Pará", que estava ancorado no porto da cidade. Segundo a edição de 15 de outubro da "A República", a morte teria ocorrido devido a uma "moléstia" que o cidadão contraíra durante a viagem. Contudo, não se sabe ao certo se Mozart Barroso morreu ou não de gripe espanhola, pois a imprensa não esclareceu.

O fato é que, quatro dias depois, o respeitável médico Dr. Januário Cicco escreve em "A República" uma coluna, visando auxiliar na defesa da saúde pública contra a epidemia de gripe ou influenza espanhola.

O Dr. Januário recomendava o uso de "quinina", tendo distribuído comprimidos nas farmácias da cidade. Enquanto isso, chegavam notícias de que no Rio de Janeiro em 19 de outubro fora decretado um feriado de cinco dias, na tentativa de se evitar aglomerações e o pânico entre a população.

Em 21 de outubro de 1918, morreu o primeiro doente na cidade de São Paulo. Até dezembro desse ano, somente na Capital Federal morreram entre 12.000 e 17.000 pessoas, e entre 5.400 e 12.300 em São Paulo.

Em Natal, apesar da assistência oferecida, o número de mortos crescia e surgiam notas discretas nos jornais.

Eram atendidos em média 350 pessoas por dia, e os escoteiros percorriam as ruas do Alecrim, entregando remédios à população carente, que não tinha condições de se dirigir ao Colégio "Frei Miguelinho".

Nos necrotérios dos mais abastados não existia a mínima referência de que a causa da morte tivesse relação com a gripe espanhola.

Em 1 de novembro de 1918, o governador Ferreira Chaves, em mensagem ao Congresso Legislativo do Estado, deixou claro que a gripe espanhola deixara marcas em todas as camadas sociais de Natal, mesmo não tendo sido tão mortífera. Finalmente, em dezembro de 1918, da mesma maneira que chegou, ela deixou nossa terra, e a Inspetoria de Higiene considerou extinto o surto em nosso Estado.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Barrado no Belle Epoque

Me contou banhado em lágrimas, Assis Marinho:

- Fui barrado por um tenente de entrar no lançamento do livro de Tarcísio Gurgel, sexta última, na Praça da Poesia, Palácio da Cultura: a Belle Epoque na Esquina.

- O senhor poderia pelo menos averiguar quem sou eu, disse-lhe Assis.

Em vão.

Desconsolado, triste por ter sido impedido de levar o abraço ao amigo (dinheiro para comprar o livro não tinha), Assis já tinha desistido, quando chega Woden e aborda o tenente:

- Este é convidado meu e vai entrar, sim, senhor!

Dunga

domingo, 29 de novembro de 2009

Boêmios Amigos do Beco da Lama e Adjacências - BAMBA



Ata de fundação

Aos 28 (vinte e oito) dias do mês de Novembro do ano de 2009, na rua Cel. Cascudo, 130, Cidade Alta, Natal/RN, reuniram-se, com a finalidade de fundação da associação denominada "Boêmios Amigos do Beco da Lama e Adjacências - BAMBA", os abaixo-assinados, sócios-fundadores, que escolheram como diretores provisórios:

1. Simone Sodré de Siqueira Leite;
2. Plínio Sanderson Saldanha Monte;
3. Alexandro de Oliveira Gurgel:
4. Sandra Maria Cabral Vila e;
5. Eduardo Alexandre Amorim Garcia.

A diretoria provisória terá o prazo de 6 (seis) meses para elaborar minuta de estatutos para a entidade ora criada e convocar assembleia geral para a sua aprovação e eleição de sua diretoria.

Nada mais havendo a tratar no presente momento, eu, Lívio Alves Araújo de Oliveira, secretário designado para lavrar a presente ata, subscrevo-a.

Natal, 28 de Novembro de 2009

Ass. Lívio Alves Araújo de Oliveira

108 pessoas assinaram a ata.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Dunga: O Bamba do Beco


Por Alex Gurgel
Foto: Marco Polo

Jornalista, poeta, artista plástico e agitador cultural, Eduardo Alexandre (também conhecido como Dunga) é um eterno apaixonado pelo Beco da Lama, reduto etílico da boemia natalense. Sempre pensando em desenvolver trabalhos culturais no Centro Histórico, Dunga está em constante ebulição cultural com novas idéias e muita vontade para trabalhar em favor da revitalização do próprio Beco da Lama.

Dunga foi presidente da Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências (Samba) por três anos, cuja administração chamou a atenção da sociedade tupiniquim com sua irreverência quando realizou festas como Carnabeco (durante o sábado de Carnatal), Cabaré Night Beco, Réveillon do Beco, a Lavagem do Beco, entre outros eventos, além do lançamento do jornal O Beco.

Depois de ter perdidos as eleições da Samba para o publicitário Lula Augusto, no início do ano, e sentindo-se descontente com a atual administração da entidade, Dunga e alguns amigos resolveram cria a BAMBA (Boêmios Amigos do Beco da Lama e Adjacências) numa clara dissidência à Samba. A solenidade de criação da Bamba será no próximo sábado, dia 28 de novembro, em pleno Beco da Lama.

Nessa entrevista exclusiva ao Grande Ponto, Dunga abre o verbo e explica as razões que o levaram a criar a Bamba.

GP - O que é a Bamba?
Dunga - A Bamba são os Boêmios Amigos do Beco da Lama e Adjacências.

GP - Quais os objetivos da Bamba?
Dunga - A Bamba visa em primeiro lugar a preservação e a recuperação da memória arquitetônica e cultural do Centro Histórico de Natal. Mas também se preocupará com o dia-a-dia do Beco da Lama e de suas adjacências no que concerne a animação, frequência, segurança, aspectos sociais e também financeiros. Quem leva uma empresa para o Centro Histórico, não a leva por amar o espaço tão somente. Essa pessoa quer ver crescer os seus negócios e é importante que estejamos antenados para ajudar a que todos estejam satisfeitos em suas atividades enquanto agentes mantenedores do Centro Histórico vivo. Para isso, precisamos estar sintonizados e em parceria com entidades do comércio e Sebrae.

GP - A criação da Bamba é um revanchismo por você ter perdido as eleições da Samba?
Dunga - Não, não é. É por terem persistido erros de visão e de gestão que não permitiram a realização de um trabalho mais positivo de proteção ao Centro Histórico. Houve casos de diretores eleitos que me procuraram dizendo-se insatisfeitos diante de atitudes e caminhos com os quais discordam; prestações de contas, que não ocorrem; realizações que são desestimulados; entre outros entraves. Ou seja, muitos deixaram de acreditar que a Samba, seguindo o caminho que está seguindo, consiga dar conta da responsabilidade que temos diante de nós, que é receber as reformas que o Centro Histórico está para receber daqui para 2014, quando será realizada a Copa. Para se ter uma idéia, várias reuniões nesse sentido já foram realizadas, com presenças de Iphan, Funcarte, FJA, Semurb, Banco do Nordeste e outras instituições que estarão envolvidas nesse projeto, e nunca um representante da Samba esteve presente.
-
GP - A Bamba foi criada para preencher uma lacuna cultural no Beco da Lama?
Dunga - Uma entidade de defesa do Centro, como bem diz Plínio Sanderson, não pode se resumir a musicais. Ela tem que estar presente no cotidiano do espaço que pretende atuar. Para se ter uma idéia, nenhum bar ou restaurante do dito Beco da Lama propriamente dito participou do Festival Gastronômico Pratodomundo. A insatisfação é grande. A arte do cartaz desse evento era de Assis Marinho, figura que está presente todos os dias naquelas adjacências. Ele sequer foi consultado se podiam usar o seu trabalho para a confecção do cartaz. Muito menos foi pago pelo uso. Quer dizer, também falta zelo com o humano e este deve ser o principal foco de quem pretende revitalizar qualquer espaço: o homem sempre deve estar em primeiro plano em tudo. Cultura, no Beco, aquela que mexia com a cidade, brincava com ela, fazia ferver o dia-a-dia daquele chão, esta está escassa e precisa ser recuperada antes que o trabalho feito para a desestigmatização do Beco da Lama não tenha sido em vão.
-
GP- De que forma a Bamba vai contribuir para a revitalização do Centro Histórico de Natal?
Dunga - Retomando lutas iniciadas e depois abandonadas; buscando ouvir quem faz o cotidiano do Beco para saber dos seus problemas; participando ativamente do trabalho de revitalização que já está iniciado e que em breve se concretizará com obras; e desenvolver atividades que precisam ser acompanhadas e ter nossa participação enquanto agentes diretamente envolvidos na e com a comunidade.

GP - Você está convocando as pessoas para assinar o livro e se filiar à Bamba. Qual o procedimento?
Dunga - Nesse 28 de novembro, faremos nossa Assembléia de Fundação. Redigida a Ata de Fundação e eleita uma diretoria provisória, o Livro tomará assinaturas dos que desejarem participar da entidade como sócios fundadores. O passo seguinte caberá a essa diretoria provisória, que ficará incumbida de preparar uma minuta de Estatutos e convocar uma assembléia para a aprovação dos mesmos.

GP - É só assinar o livro e pronto, já se torna um sócio?
Dunga - Como ficarão os critérios para novas filiações, só os Estatutos a serem aprovados dirão.
-
GP - Haverá Estatuto? Eleição?
Dunga - Sim. Tudo como manda o figurino democrático de uma entidade minimamente sadia.

GP - Quem vai formar a primeira fase da Direção Executiva?
Dunga - A diretoria provisória a ser empossada no Gardênia's Day será escolhida no próprio dia.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Manifesto Bamba

Contra o sonambulismo cultural; a vacância institucional; a letargia estrutural.

Queimar nas fogueiras de veleidades os Judas enrustidos e trôpegos que arrotam fuxicos e leviandades.

A BAMBA é luta ante o impertinente monopólio cromático.

Liberdade para todas as matizes e nuances artísticas.

Ressuscitar o beco como chão sagrado de profundezas infinitas, fundamentado em santíssimos saberes cotidianos.

Celebrar construtivamente a viela mítica e suas adjacências fulgurantes como espaço encantado onde vive a alma errante, boêmia, lírica e curiosa da gente natalense.

Sem arrumadinhos, escondidinhos ou conchavos esdrúxulos.

Pelo bem do Beco, a transparência administrativa e a participação irrestrita de todos, sem patrulhamentos.

Beco palanque de todos os partidos, parlatório de todos os assuntos, zona franca e território livre!

BOÊMIOS AMIGOS DO BECO DA LAMA E ADJACÊNCIAS

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Desatar a Ata - Manifesto Ensandecido

no ato, desatar a ata?
será?
devo adentrar
em axoxiaxon-society
de irmanada esbórnia enlamada
que me aceita como xoxio?
ou, por marx, o groucho:
"inclua-me fora disso."
sei não. alilás, nada sei.
o tempo testemunhará?
para bailar la bamba
com samba, rockin rauuuul,
boleros efêmeros e for all ritmos em frenesi,
dos beats aos underbytes.
da cachaça. da cervejota. do montola.
dos amigos em távolas quadráticas.
da poesia embeiçada na bem-dita palavra.
na semana, de quinta insana.
nos delíriuns in ojos libres.
ensimesmado no epi-centro do umbigo epicurista.
na lama ao kaos de nostros dias.
um, atrás do outro,
ampulheta entediante na folhinha eternizada
anunciante insistente, no momento estanque, o hoje.
consumido pelas beiradas no resto de tudo e raspa de todos.

interessa na bamba descobrir um rumo?
mas, não há bamba nenhuma...
doravante, concretizá-la!

na dadádiva? dúvida!
logo, cogito:
quem duvida a caneta espicha?
ou tinta negla no livro pleto esguicha?
assinar ou assassinar a rubrica?
sinuoso, cobrir a linha assimét(r)ica
e, sem veleidade, no ato, desatar o nó da ata.
Plínio Sanderson
cético engendrado

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Gardênia's Day II



Beco tem seu segundo Dia das Flores

Os Boêmios Amigos do Beco da Lama e Adjacências promovem neste sábado, 28 de novembro, a partir das 16h, no Bar de Nazaré, rua Cel Cascudo, Cidade Alta, o II Gardênia's Day, a Festa das Flores do Beco da Lama, e homenageia uma das mais populares figuras da cidade: Gardênia Lúcia. A festa constará de shows musicais, exposições de fotografias e artes plásticas, performances poéticas e terá ambientação executada pelo artista gráfico Venâncio Pinheiro, o mesmo que fez a decoração do último carnaval natalense.

Como principais atrações do evento, o Gardênia's Day II terá os Chorões Potiguares, seguidos de uma apresentação de músicas românticas internacionais, de Mário Henrique, e apresentação da dupla inédita Pavio Curto & Rastilho de Pólvora. Ainda na parte musical, em participações especiais, o evento contará com as performances de Volontê (poeta homenageado pela Capitania das Artes no último Dia da Poesia) e da cantora revelação do carnaval baiano 2009, Priscilla Freire.

Fundação da Bamba
Durante o evento, será criada oficialmente a Boêmios Amigos do Beco da Lama e Adjacências - Bamba, entidade que lutará pela preservação do Centro Histórico de Natal. Para tanto, um livro coletará dos boêmios sócios fundadores da entidade, assinaturas que endossarão sua Ata de Fundação.
O passo seguinte da entidade será a realização de assembléia de associados, para a aprovação de estatutos. A data da assembléia ainda não está marcada.

Os organizadores do evento estão pedindo o comparecimento de homens e mulheres em trajes coloridos, de preferência florais e que levem flores ao Beco da Lama. A exposição de fotografia está a cargo da Aphoto, Associação Potiguar de Fotografia, e terá o tema Primavera.

Contatos:
Eduardo Alexandre
3222-0821 / 9606-9450
eduardoaag@hotmail.com

Retuitadas

Dunga53

Geraldo e Ahmadinejad

  1. Geraldo Melo geraldo2 Pq apoiar ditador Ahmadinejad e falar de democracia em Honduras? Brasil está sendo ridicularizado nos dois casos.
  2. VEJA.com veja País 'acolhe' iraniano Ahmadinejad nesta 2ª - e o defende http://bit.ly/54sbTj
  3. Geraldo Melo geraldo2 Depois de eleito com fraude, ditador do Iran encarcerou os q protestaram na rua e já condenou à morte 12 deles em julgamentos fajutos.
  4. Geraldo Melo geraldo2 Brasil pode estar jogando no lixo hj votos q havia conquistado para ganhar lugar no Conselho de Segurança da ONU,q não é acatado pelo Iran
  5. Geraldo Melo geraldo2 Lula recebe hj o ditador do Iran. Serra considera VISITA INDESEJÁVEL. Veja aqui:http://bit.ly/4MIjhi

Destemundo: Pupurri Tuítico com Reinaldo Azevedo

O esquema montado partiu para a compra de partidos de porteira fechada; buscava influenciar votações no Congresso. Reinaldo Azevedo, Veja.

Se tivesse prosperado, avançado, significaria que as leis no Brasil seriam definidas num fórum paralelo, clandestino. RA, Veja

Não que o esquema que vigorou em Minas tenha sido algo honrado. Foi uma sem-vergonhice também. Mas foi outra sem-vergonhice. RA, Veja

A conversa mole de que se trata de uma reutilização do chamado “valerioduto mineiro” é conversa de mentirosos, de vigaristas. RA, Veja.

O petismo também se realizou o famoso “nunca antes na história destepaiz”. O mensalão, com efeito, foi coisa inédita. RA, Veja.

Diz o presidente que partidos que estão no poder cometem erros no mundo inteiro. Eu diria que os cometem até fora dele. RA, Veja.

Duda Mendonça cobrou R$ 25 milhões. O partido depositou em uma conta secreta de Duda, nos EUA, a bagatela correspondente a R$ 10,5 milhões.

"Nós sabíamos, mas não tínhamos outra opção. Queríamos receber". Duda Mendonça

Então Lula não venha com a história de que o seu partido fez o que qualquer partido no mundo faz. RA, Veja.

Nunca antes na história destepaiz e destemundo se viu algo parecido. Talvez a antiga máfia italiana. RA, Veja


domingo, 22 de novembro de 2009

O Flamengo perdeu...rsrsrsr...vá lá no DM...

  1. Eliana Lima elianalima @canindesoares Ai Jesuuusss...
  2. Eliana Lima elianalima @thaisagalvao Rsrsrsrs... foi falha. Agora os atentos não perdoarão: @gustavorocha @elsonfreire
  3. Thaisa Galvao thaisagalvao @elianalima É aquele que eu conheci?
  4. Thaisa Galvao thaisagalvao @elianalima Ressurreição... significa felicidade. Vida longa, paz, luz, fé...AMOR!!!
  5. Thaisa Galvao thaisagalvao @elianalima Vo-vo-vo-vo...cê tá dizendo mesmo assim, ao vivo? Num era no DM não? Adorei. Cristo ressuscitou ao 3º dia e fez um mundo FELIZ
  6. Canindé Soares canindesoares Eitha, porisso que tu ta sumida né? :) RT @elianalima @thaisagalvao Mulher, não vajei, E o fofo portugues veio passar a semana comigo.
  7. Thaisa Galvao thaisagalvao @elianalima Tô com dificuldade de pensar... o Flamengo perdeu...rsrsrsr...vá lá no DM...
  8. ______________________________________
  9. Atualizado:
  10. Eliana Lima elianalima @thaisagalvao Não lembro, faz tanto tempo. É o amor se renovando...
  11. Sâmara Tessa samaratessa @elianalima Abelhinha todos nós estamos aqui a ler seus informes

Fla 0 X 0 Goiás - Mosaico Tuiter

Eduardo Alexandre
Dunga53
(Zero Zero Goiás) O Flamengo perdeu uma grande chance de assumir a liderança do Campeonato Brasileiro. Estadão http://bit.ly/7jfcpx

edna velho
ednavelho Flamengo empatou, não perdeu! Calma! Ainda não é a decisão! #Mengo!

Thaisa Galvao thaisagalvao Flamengo sempre eu hei de ser.....

alex medeiros alexmedeiros59 Só faltou o gol de Gigghia. Ate amanhã humanos!

zé zedhe Chora URUBUS. Por Falar em URUBU, saí no carro e quase mato dois.

alex medeiros alexmedeiros59 Os fantasmas de 1950 agradecem. Nada paga uma multidão frustrada.


zé zedhe Quando vi um SERVIO SAIR E UM CHILENO entrar, achei que o FLAMENGO não ganharia.

Fábio Faria fabiofaria33 #Frustracaogeral

Miranda Sá MirandaSaRT @tertulianop @thaisagalvao ÔPA, também. Flamengo até morrer, eu sou...

Miranda Sá MirandaSa Apesar do "maracanazo" ! Mas acredito em milagres...

zé zedhe Prestem atenção no INTER. Pega duas Babas. Além do São Paulo, torço pelo FLU x VIT (C) e pelo BOTA x ATL/PF (F).

LAPA MARAVILHOSA

Eduardo Alexandre

http://nildofreitas.com/v1/files/BARRIGA.jpg

Parecia que o dia estava para premonições.
Mal o dia clareou antes das 4:30h e já uma foto trazia ao Aldeia Poti suas primeiras luzes a emoldurar os morros do Tirol. Foto de Leo Sodré, candidatíssimo à presidência da Aphoto, com o apoio condicional de Lorena: só e somente só, se Leo continuar a escrever suas crônicas bem humoradas para publicação no grupo virtual de discussão da Aphoto, a Associação Potiguar de Fotógrafos.
Tomo um banho e me animo para uma ida rápida à casa da Redinha Nova, com o único objetivo de aguar as plantas, uma semana que não ia lá.
Ao chegar à Redinha Nova, passo pela rua da frente e percebo o mato seco a indicar os perigos de uma queimada por ali. Dirijo o carro para os fundos da casa e logo vejo que o fogo tomara conta de parte do capinzal abundante.
Paro para abrir a torneira de entrada de água para a casa, quando, de repente, chega a nova e falante vizinha comunicando que o fogo se alastrara e entrara para a minha casa, queimando parte do meu jardim.
- Mas o Velho chamou outros vizinhos e eles apagaram o fogo. Quero me desculpar com você e me comprometer a repor as plantinhas que porventura tenham morrido...
Velho é como ela chama o marido, ainda nem cinquentão, jornalista militante da imprensa pernambucana, morando ali e viajando com assiduidade a Recife.
Volto para a rua da frente e coloco o carro no terraço da casa, livrando o grama para o banho que eu queria proporcionar.
Faço a inspeção na parte de trás da casa e vejo que o fogo não fora tão danoso assim, pelo contrário, até me livrara de um mato alto que já até incomodava a quem quisesse andar por ali.
Terminada a jornada das plantas, retorno para o Tirol com a intenção de fazer compras para o abastecimento do dia-a-dia da casa.
Mal abro o portão e me deparo com mamãe, já a postos:
- Vamos ao Nordestão?
Já no supemercado, absorto, analisando uma gôndola de produtos de limpeza, alguém, por trás, me toca o ombro.
Era Marcílio, figura que eu jamais imaginaria encontrar num supermercado.
- Estou viajando nesta quarta e ia telefonar para você.
Combinamos de nos encontrar para um rolé depois das compras e vermos o que poderia ser feito naquela tarde de sábado de Pratodomundo, mas com um compromisso já firmado com Klebinho, irmão de Alexandro Gurgel, que, na quinta passada, no Bardalo's, prometera nos brindar com cinco quilos de camarões do mar e dos grandes, mais duas grades de Skol estupidamente geladas, encontro marcado para as 13:00h daquele sábado no estúdio fotográfico de Hugo Macedo.
No rolé com Marcílio, passo pela Hemetério Fernandes e um grupo em torno de uma mesa de terraço faz coro, em uníssono:
- Senador, venha tomar uma!
São os amigos de infância, adolescência, doidos para o incentivo ao mau caminho da política, intento antigo, mal sucedido, do qual já estou curado.
Marcílio só queria mesmo colocar a conversa em dia e não quis ficar na casa de Márcio Caboré. Nem queria ir comigo aos camarões de Klebinho, que nem notícia deu.
Deixo Marcílio em sua casa e volto para a minha, tomo um banho, almoço e vou à visita prometida à galera da casa de Caboré.
- Ter de analisar governo Lula e desempenho do PT vai ser, para mim, doloroso nessa conversa cheia de lulistas, pensei.
Mas ninguém me sugeriu a isso, nem esse papo rolou.
Rolou mesmo foi que um circunstante, sem camisa, tomando uma cachacinha, fazia de sua barriga um tobogã para a mão direita, que descia e subia, alisando a bichinha.
Incomodado com aquele ritual de paciência, Negão, o marido de Marissônia, irmã de Caboré, procurou ser certeiro no deboche:
- É a maior pança já vista no Tirol... Em todos os tempos!
- Maior que a minha é a sua! Bradou o insultado. Tire a camisa e vamos medir! Desafiou.
E fizeram pose para os presentes: de frente, de perfil, bunda X bunda...
Aquele concurso inusitado ficou na minha cabeça durante o período que ainda permaneci ali, até que decidi ir ao Beco.
Chego em Nazaré, cartazes do Gardênia's Day II expostos pelas paredes, ajeito uma mesa, peço água mineral e uma cerveja e fico a esperar alguém para uma conversa.
Enquanto matutava, veio uma idéia: por que não, no dia da festa, não promover um concurso como aquele, havido na casa de Caboré, entre os dois barrigudões?
Mal vou encaixando as idéias, quem chega? Alex, o da lapa, com sua elegantésima e fininha Cleo.
- É hoje! Penso.
Mesa se forma, chega Volontê, já com cara de Frei Damião.
- Alguma novidade para o Gardênia's Day, Eduardo? Pergunta.
- A cantora revelação do carnaval baiano deste 2009 vem dar uma palhinha na festa: Priscila Freire. Comuniquei.
- Mais nada? Perguntou Volontê.
Ficamos os quatro, Alex, Cleo, Volontê e eu olhando um para a cara do outro, sem respostas, até que retomei a palavra:
- Estou pensando em realizar, no dia, o concurso: "Lapa Maravilhosa".
Alex logo imaginou-se vencedor do mesmo, lembrando as belas fotos dos arcos da Lapa que fizera em recente visita ao Rio de Janeiro.
- Não é isso que você está pensando, não, Alex. Comuniquei: é lapa de bucho!
Nem termino a frase, Chagas Loutenço dobra a esquina da Voluntários da Pátria, o Ceagaele, Chl, pai da observação famosa em cima de foto daquele mesmo Alex, ostentando acachapante pança:
- Ô lapa!
Chl chega acompanhado de Péricles, prefeito de Santa Cruz do Inharém, e logo a estória do concurso é narrada, não antes da chegada (sem notícias e sem camarões) de Hugo Macedo e do casal Serrão, que já havia me telefonado umas quatro vezes perguntando pela camaroada.
- O Lapa Maravilhosa vai ocorrer no dia da festa de Gardênia e o vencedor, que vai ganhar um barrigão postiço como prêmio, vai ser o lanterninha do concurso, em homenagem ao ABdC, para aprender a gastar mais dinheiro com cerveja e menos com cachaça, que não dá tanta proeminência à barriga, como a cerveja dá.
- E já me declaro candidato ao prêmio! Comunicou Alex, levantando-se da cadeira e dando uns tapinha na não querida lapa, da qual tenta (em vão) se safar caminhando todas as manhãs no Bosque dos Namorados.
- E temos mais dois potenciais candidatos, anunciou Volontê: Plínio Sanderson e Hugo Macedo. Vai ser páreo duro, vaticinou.
Chega o casal Zé Carlos/Cristiane, o poeta Gilmar Leite, outros, conversas vão se misturando até que o concurso da lapa de bucho, o já famoso prêmio KLB (Ki lapa de bucho), vai sendo esquecido.
Um telefone toca, uns cochichos são trocados ouvido a ouvido e quando menos se espera, Hugo, Cleo e Alex comunicam que vão ter que se ausentar.
Mal saem, começa a funcionar a língua ferina de Volontê:
- Foram comer o camarão de Klebinho e não nos avisaram...
Depois, Bardalo's e Pratodomundo.


terça-feira, 17 de novembro de 2009

O BOBO DA CORTE

Eduardo Alexandre

Eu, o bobo da corte,
Menino vadio,
Perambulador,
Sorrio da vida;
Me afogo na dor.

Divirto a platéia;
Zombo
Do governador.
Sou rico e sou pobre.
Amado,
Chutado,
Amante eu sou !

CANÇÃO BRECHTEANA

Eduardo Alexandre


Quando os versos se fizerem escassos,
Quando a voz se fizer omissa
Ou ébria,
Guia-me de novo ao caminho da arte.
Faça-me rever os mestres;
Ouvir as mais ternas canções;
Caminhar entre as criancinhas.

Quando não mais for de esperança o meu canto;
Quando não mais servir de alento o meu verso,
Ordena-me então que pare:
Reveja o quadro sócio-econômico da gente;
Reviva a sua cultura;
Analise a sua praxis política.

Quando não mais for necessária a canção;
Quando os tempos forem chegados;
Permita-me então que pare.
Descanse nos braços dos meus amores
E que mesmo para deleite
Continue, eu
A escrever meu canto !
CANÇÃO EDIPIANA
Eduardo Alexandre


Attila Wencerski


A amar, aprendi na infância.
Na ausência do peito da minha mãe.
Aprendi, portanto, pela necessidade.
Pelos prazeres concedidos ao meu corpo,
Que satisfeito deixou-se evoluir em carícias.

Aprendi a amar pela boca.
E é através dela
Que manifesto o meu amor:
Digo quero, Digo amo.
E, assim, satisfaço a paixão
Do ardente coração
Que se desfaz em chamas
De saudade de você !

Poema de Antoniel Campos


S
ou mais versão do que fato,
bem mais talvez que decerto;
indecifrável retrato,
num álbum jamais aberto.
Nunca fui Sol, só deserto.
Só fui supérfluo e aparato.
Trago um discurso barato
onde me finjo liberto.
Solenemente abstrato,
sou bem mais longe que perto.

Meio fio


Cláudia Magalhães

Há dias que possuem vida própria e são dotados de uma consciência má, hábil, que adora o perigo das coisas subterrâneas, de tudo o que nos causa espanto, nos fazendo em poucos segundos beber a beleza e vomitar os desejos de uma vida inteira. Em mais um desses dias, sentado no meio fio, ele mergulha a mente na idéia de felicidade, aproveita a distância da mulher amada, toma por vezes o seu lugar, moldando-a de tal forma que ela atenda a todos os seus desejos e, em menos de uma hora, mesmo ausente, ele jura ser capaz de apalpá-la.
O barulho de algumas pessoas se aproximando o faz voltar a realidade e ela escapa dos seus pensamentos. Se ao menos tivesse uma daquelas pedras que experimentara pela primeira vez na noite anterior junto àqueles mendigos. Ela lhe permitiria ir até o outro lado do mundo. Lá, vestido com elegância, encontraria o seu amor em algum sonho, a cobriria de flores e depois ficaria em silêncio até acalmar o espírito. Pega a garrafa de cachaça e toma um gole. Aquela seria a última garrafa, depois voltaria pra casa. As pessoas que passam o olham com desprezo. Idiotas! Imbecis! O que eles sabem sobre o amor?, pensa vendo o Sol se aproximar da sua cama de papelão improvisada no canto da parede. Há quanto tempo estaria naquela rodoviária? Seriam dias, meses ou anos? Perdera a noção do tempo. Estava exausto, não pregara o olho a noite inteira e a dor de cabeça que sentia lhe queimava o juízo. Vê o primeiro ônibus da manhã chegando. Hoje eu volto pra casa. Essa é a última garrafa. Vou voltar e passar um ano sem beber!, pensa tomando mais um gole da bebida.
Levanta e vai em direção ao banheiro. Observa, por alguns segundos, a sua imagem no espelho quebrado. Uma imagem tão distante do homem bem-sucedido de algum tempo atrás. Vê o rosto oleoso, a barba cheia e o olhar triste. Sente uma enorme vontade de se esconder, uma forte angústia no peito. Lava o rosto, as mãos, joga água nos cabelos longos e sujos e se penteia com os dedos. Toma o último gole da garrafa e a joga no lixo. Pronto. Aquela foi a última, agora voltaria pra casa. Sai do banheiro catando no bolso algumas moedas que mendigara na noite anterior e compra um pastel de carne. Sente a massa entalada na garganta. Força-se a comer, precisa aliviar a dor no estômago. A cada minuto a sua angústia aumenta. Sente-se depressivo, torturado. Preciso beber algo, pensa catando algumas moedas no bolso. Compra mais uma garrafa de cachaça, prometendo a si mesmo que aquela seria a última, depois pegaria um ônibus e voltaria pra casa. Senta no meio fio e começa a beber. Sente-se eufórico, leve e, de certa forma, feliz. A angústia desaparece dando lugar a uma imaginação rara, sem alicerces no tempo, nem passado, nem presente, nem futuro. Uma imaginação de algum lugar sagrado dentro dele, que desconhece ou ignora o seu drama. O rosto da amada lhe aparece, evocando todas as palavras que lhe são caras: amor, perfume, prazer, paz, sonhos... Ele mergulha a cabeça num mar vermelho de desejos e ao sabor da bebida, ela faz amor com seus demônios e tem filhos. Centenas deles.
O Sol já se despede enquanto ele observa a garrafa vazia. Sente um medo terrível. Tudo o que não vem de dentro dele o assusta, é pequeno, sujo. Gosta da solidão da bebida, de viver o que não existe. Ele ama. Cata as últimas moedas do bolso. Tinha o valor exato da passagem do ônibus. Agora eu volto pra casa, pensou mais uma vez. É isso. Voltaria e começaria uma nova vida. Ela se foi e deve estar feliz com isso. Não iria sofrer por ela. Vadia e fútil, com certeza já estaria seduzida por uma beleza nova. O mundo é tão grande... Mas o seu coração recusa a desprezar o que ama e se põe inquieto. Prepara dentro dele um buraco cheio de abandono, amargura e desilusão e misturado a esses monstros só pensa em lhe ferir. Ele chora. Chora porque procura aquela que perdeu, mas aquela que perdeu não o procura. Chora porque ela tem asas e ele, os pés na lama. Precisa de uma bebida. Ela o ajudará a sentir melhor. Se ao menos tivesse uma daquelas pedras...
Pega o dinheiro no bolso e compra mais uma garrafa. Senta no meio fio e toma um gole. Esta é a última, depois eu volto pra casa, pensa vendo os seis mendigos se aproximando ao longe. Seis, seu número da sorte. Ao menos passou a ser depois que a conheceu, constatou sorrindo, sentindo a angústia, novamente, ir embora.

I Encontro de Arte e Cultura de Alcaçuz

A..C.A.Z.A.

Associação Cultural de Alcaçuz Zé Anjo

(Cultura – Educação – Meio Ambiente)

Rua Simião, 158 Centro Alcaçuz Nísia Floresta/RN

I ENCONTRO DE ARTE E CULTURA DE ALCAÇUZ

Programação

Dia 21/11/2009 – Sábado

09:00 hs Oficina de confecção de Pipas – Brinquedoteca Itinerante Popular

12:00 hs. Almoço: Baião de Dois, batata doce e rapadura.

14:00 hs. Abertura Oficial

Inauguração da Biblioteca Idesite Dias Freire

14:30 hs. Palestra com o Historiador/Folclorista Deífilo Gurgel sobre o livro Romanceiros de Alcaçuz

15:30 hs. Show Musical e Recital de Cordel com José Acaci

17:00 hs. Plantio de Mudas Nativas.

Dia 22/11/2009 – Domingo

09:00 hs. Festival de Pipas - Aberto ao Público

Capoeira – Grupos: Raízes da África e Alcaçuz

12:00 hs. Almoço - Feijoada

13:30 hs. Chorinho – Nós do Beco

Samba – Roda de Bambas

15:00 hs. Premiação do Festival de Pipas

15:30 hs. MPB – Carlos Bem e Convidados

sábado, 7 de novembro de 2009

Duas do Beco

Conversa animada em mesa de rua no Bar de Nazaré.

1.

- Ôme, essa decoração natalina do Natal em Natal está sendo comentada em todos os cantos e recantos da cidade. Não tem quem aprove: é unanimidade!

- É que não estão entendendo o propósito de economia da Prefeitura: será a decoração do Carnaval 2010.

2. Campanha massiva na TV alertando para o perigo do uso do craque, alguém solta:

- Deviam ficar só na maconha, que não faz mal a ninguém...

Ao que um interlocutor sempre lacônico complementa:

- É! Se faz mal, eu não me lembro...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Foi fantástico o dia da chegada do Hope a Natal

Eduardo Alexandre

Narrativa de Márcia Maria Moreno
Dedicada a seu pai, Geraldo Belo Moreno


Foi fantástico o dia da chegada do Hope a Natal.
Os técnicos diziam que a dragagem que fora feita no rio ainda não permitia a entrada de navio com o calado do navio-hospital que chegava para um período de importante desenvolvimento de trabalhos médicos em Natal.
Da orla, o povo via aquele imenso e belo navio branco no mar, e aguardava com ansiedade sua atracagem no porto do Potengi.
Teria que driblar a Bicuda - a pedra temida pelos comandantes - e os bancos de areia, nos quais, diziam os técnicos, o navio encalharia.
Paizinho saiu de casa naquele dia dizendo que o navio entraria, sim, e sem qualquer problema chegaria à plataforma de atracagem.
Os técnicos estavam resolutos: seriam necessários mais alguns dias de trabalho de dragagem para que o navio entrasse com segurança.
Mas Paizinho estava firme. Dizia que traria o navio ao porto, se lhe permitissem comandar a operação de entrada. Conhecia o leito do rio.
Os técnicos insistiam na impossibilidade e Paizinho insistia que a dragagem realizada permitiria o sucesso da operação.
A ansiedade de ter o navio no porto era tanta em toda a cidade, no porto, nas salas e ante-salas das Docas, nas redações dos jornais, nos hospitais, na Universidade, nas pessoas que precisavam de cura, e Paizinho falava com tanta convicção, que concordaram, enfim, em lhe dar o comando do Prático que guiaria o navio Potengi a dentro.
Foi emocionante aquele dia.
Paizinho na proa daquela pequena embarcação vermelha, dizendo, gesticulando, apontando: É por aqui. O caminho é este.
Atrás, aquele imenso navio branco, o navio Esperança, seguia a rota apontada pelo meu Paizinho.
Eu nunca vou esquecer esse dia: Paizinho, em pé, no velho Prático, vencendo o desafio que todos os especialistas em navegação diziam impossível. Foi fantástico.
Foi uma das maiores emoções de minha vida, o dia em que Paizinho trouxe o Esperança ao porto de Natal.
Se tivesse falhado, teria sido um desastre em nossas vidas.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Seu Luiz Tavares


Baldo

O Jornal de Hoje
18/19/06/05

Esse causo de hoje, verídico e referente ao saudosíssimo Seu Luiz Tavares, boêmio de quatro costados de Natal de mil novecentos e antigamente, quero dedicar aos seus filhos, meus colegas de infância e vizinhos nos famosos Baldo e Santa Cruz da Bica, Amaro, Augusto, Arlindo (saudoso poeta vaqueiro), Álvaro; e às suas irmãs Ana Lígia e Ana Flávia (que saíram da vizinhança ainda novinhas); além de dona Áurea, a exemplo de seu marido Luiz Tavares, também de suadosíssima memória. Também quero dedicar ao "Jua", leitor dessa coluna, que mora na Cidade da Esperança, na Rua Encanto, nº 21, quase em frente a Agamenon (meu colega de birita de outrora...), cuja casa da mesma rua, é a de nº 24.
Pois bem! Pouquíssimas pessoas em Natal, dos cinquenta pra lá, não tiveram a felicidade de conhecer essa saudosa , irreverente, boêmia, querida e muitíssimo amada criatura, que era seu Luiz Tavares. Um "côipanzí do tamãe d'um aimazém", a voz grossa e de bem pra lá de cem decibéis, que dava o toque especial a todas as presepadas do qual era o galã principal ou ator coadjuvante. Em compensação, era uma verdadeira flor em delicadeza, zelo e paciência com todos aqueles que tivessem a felicidade de privar de sua amizade. E essa "arrumação" que conto hoje, bastante conhecida de todos os seus amigos, me foi contada pelo seu próprio filho Augusto, nos mínimos detalhes, há poucos dias, no Bar das Mangueiras, do nosso amigo Adriano e de dona Vera, sua esposa, numa mesa onde se encontravam, além de mim e dele, Augusto: Zé Augusto Othon, Sena Filho, Borba, Teixeira, Daniel Holanda, meu colega da Academia de Trovas Majó, Danilo Bessa, André, Djalma, Otacílio, e mais uma ruma de cabra ruim e que gosta de fuleragem, que não tô lembrado no momento. E Augusto me contou que, certa feita, seu Luiz Tavares foi a uma festa no interior da Bahia, nos arredores de Feira de Santana, onde ele comprava gado, e lá, num sítio, foi a um casamento.
Nos comes e bebes, nosso querido personagem "deitou e rolou" pra riba de uma galinha de cabidela com graxa e tudo, misturada com arroz de leite e farofa de bolão. Foi fundo literalmente... E o indivíduo tanto foi fundo, que não deu meia hora e sentiu a primeira pontada de uma bruta cólica intestinal... Daquela de dar suó frio... Dá prá tu, leitor?... Aguentou-se por ali, muito bem "enfatiotado no seu impecável terno de linho branco", inté quando deu.
Mas lá pras tantas, meu fíi, num teve foi jeito... Levantou-se de repente, arrastando intempestivamente o banco inteiriço e quem nele estava sentado, e saiu "cum toda mulexta duis cachorro", em desabalada carreira, em procura do banheiro no fundo do quintal. Não deu nem tempo de tirar o paletó...
Já "suando frio e munto", sentou-se no trono e foi aquele reconfortante alívio que o leitor bem sabe avaliar. O intestino tinha "trabaiado ligêro" e a galinha já tinha virado uma "espécie de papa cor da farda da puliça de antigamente"... Veio a tranquilidade seguida da calma, pelo terrível problema resolvido. Mas, como alegria de pobre dura pouco, de repente, surgiu outro problema ainda maior. E esse, de bem mais difícil resolução, pois não havia um só pedaço de papel no banheiro... Nem higiênico e nenhum outro tipo qualquer...
E Luiz Tavares ficou alí matutando sem saber o que fazer. De repente, algo lhe chamou a atenção. O banheiro era desses das telhas bem baixinhas, e ele, ao olhar pra cima, avistou uns pombos que estavam ali dormindo...
Não pensou duas vezes! Deu um "bote", pegou um dos pombos e limpou-se com o mesmo. Só que, quando soltou o pombo, o bichinho todo cagado, deu aquele característico tremelique, espanando as penas, balançando as asas e fazendo uma verdadeira "obra de arte" no impecável terno branco do nosso saudoso Luiz Tavares, que saiu da mesa limpo e com dor de barriga, e voltou sem dor, mas literalmente todo cagado!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

... nem ele sabe ler

Yasmine Lemos


Ontem, no sarau, Rodrigo Bico perguntou se Rubens tinha uma poesia.
Ele respondeu que sim, mas era segredo. Só sabia o nome: "O coração das flores".
Eu me espantei com a resposta, pois não tenho poema com esse nome... nem ele sabe ler.
Hoje, acordou e me chamou para que eu escrevesse a poesia no papel, enquanto ele falava.

E aí, saiu:



O CORAÇÃO DAS FLORES

A terra está assombrada.
Os passarinhos estão cantando sua melodia
Os passarinhos são tão bonitinhos.

Então, o amor é nosso
porque o coração das flores fica perto dos espinhos
E o coração pede abraço.

Um abraço,

Rubens Neto
29.10.2009
(Ele ditando e eu escrevendo)

"Beco da Lama" será encenado

Espetáculo "Beco da Lama" será encenado em fevereiro de 2010 e vai abrir audições para elenco


O espetáculo “Beco da Lama”, baseado no texto teatral “Esquina do mundo - a hora do cão-lobo”, de Cláudia Magalhães (recentemente publicado em livro), vai ganhar os palcos natalenses. Aliás, um galpão. Sim, porque a idéia do encenador João Marcelino e do diretor musical Danilo Guanais (foto) é de montar a peça em um galpão na Ribeira, bem aos moldes das encenações de Zé Celso Martinez Correia e do Teatro da Vertigem, que fizeram história em São Paulo. E a idéia se adéqua bem ao espírito da peça, que mostra bêbados e marginais em um bar, em um beco que é o da Lama, mas que pode ser qualquer beco de qualquer lugar do mundo. Com a produção executiva de Ana Lira e Fernando Rocha, o espetáculo tem previsão para estrear em fevereiro de 2010. João e Danilo vão abrir audições para escolher o elenco do espetáculo musical (ou seja, como nos bons musicais americanos, tem que saber interpretar e cantar, os desafinados que vão para outras plagas, como diria João Gilberto) em data e lugar e serem definidos. Mais informações através do e-mail dguanais@musica.ufrn.br

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A Santa Cruz da Bica

Manoel Procópio de Moura Júnior, procurador, advogado e escritor

Foto: Karl Leite

Cruz da Bica

Lamentavelmente os jovens de hoje não tiveram a alegria e o sorriso espontâneo dos "flertes" acontecidos nas festas populares da cidade do Natal, particularmente, na festa realizada no dia 03 de maio, data em que se celebra a chantação da Santa Cruz da Bica, no Baldo, próximo ao prédio da Cosern.

Na década de 1950, sendo morador do bairro da Cidade Alta, inúmeras vezes passei por aquela relíquia sem me dar conta da sua importância histórica. A Santa Cruz da Bica tem sua gênese na fundação da cidade quando duas cruzes foram cravadas para demarcar os limites da Cidade do Natal.

Uma foi colocada no extremo norte, na ladeira que leva ao bairro da Ribeira, próximo ao prédio da Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Rio Grande do Norte, na Rua Junqueira Alves, que à época ficou conhecida como Rua da Cruz. Depois, em março de 1888, a rua passou a se chamar Cons. João Alfredo, permanecendo até março de 1896, quando recebeu o nome Junqueira Aires que a identifica hoje.

A outra foi plantada no extremo sul, à margem do Rio Tiçuru, que deu de beber à cidade, no início do século, por isso também chamado Rio da Bica, hoje Rio do Baldo, ficando o assim demarcados os limites da cidade Noiva do Sol, como se referia Câmara Cascudo à Cidade do Natal.

A primeira cruz desapareceu com o tempo, a segunda fincada perto do rio do Baldo, foi posteriormente transferida para uma parte mais alta ficando, com o tempo, esquecida entre as árvores de um bosque. Na segunda metade do Século XIX, os irmãos Trajano, Lopo e Claudino de Melo, foram à colina cortar madeira para construção de casa, e encontraram a cruz escondida entre as árvores.

Os três irmãos, juntamente com vários conhecidos, a retiraram do local e a levaram para o espaço em que se encontra hoje. Na data de 03 de maio, alguns fiéis iniciaram um terço ao lado da cruz, mesmo sem a presença de um padre. A partir de sta iniciativa litúrgica a celebração passou a atrair muitos devotos, tornando-se uma festa popular.

Recordo-me daquele artefato histórico instalada na confluência das ruas Gonçalves Ledo, Voluntários da Pátria e Santo Antônio, ornado com fitas coloridas. Tive a alegria de participar de vários festejos onde após as preces ali realizadas, uma banda enchia o ambiente de musicalidade. A mocidade degustava guloseimas e exercitava namoricos, enquanto no céu se escutava o pipocar dos fogos de artifícios.

Naquela época, residiam nas vizinhanças daquele patrimônio cultural as famílias de Luiz Marcelino, Sergio Santiago com suas filhas Zélia e Lélia, Luiz Tavares, Dona Urcy e seus filhos, Odúlio, Maneco, "Cabo Zé", Carlinhos e Luciene (esta casada com João Medeiros Neto), todos sempre presentes nas festividades da Santa Cruz da Bica já que os moradores daquele quarteirão e adjacências participavam efetivamente das manifestações ali rea lizadas.

Algumas autoridades municipais tentaram preservar aquele monumento, no entanto, as intempéries do tempo acabaram por destruir aquela relíquia histórica, existindo nos dias de hoje, na pequena praça ali erigida, um cruzeiro que guarda alguns fragmentos da peça original.

Esta situação fez com que as manifestações populares daquele logradouro fossem gradativamente ficando no esquecimento, no entanto, aquele relicário, nunca deixará de ter a sua importância para a Cidade do Natal, porque em qualquer tempo, por mais incúria que exista, a Santa Cruz da Bica é um pedaço da história da Cidade do Natal.

sábado, 24 de outubro de 2009

Ribeira


A imagem "http://www.destinodosol.com.br/html/destinos/cidade_do_sol/natal09/album/slides/141.jpg" não pode ser mostrada, porque contém erros.

A RIBEIRA NÃO ERA SÓ BAIRRO, ERA VIDA E TIPOS QUE MOVIAM A CIDADE, FAZIAM-NA HUMANA E INTELIGENTE, CONHECEDORA DO MUNDO, VIA BOCA DA BARRA DO POTENGI.

EDUARDO ALEXANDRE

A Ribeira que eu conheci na infância não é a Ribeira de hoje, esquecida da população e dos governantes. Era uma Ribeira ativa onde o cais da Tavares de Lyra tinha vida e albergava misteriosas caravelas vindas de não sei onde e que faziam povoar de piratas e aventuras minha imaginação de menino.

Era a Ribeira do porto movimentado, quando as estradas ainda não tinham rasgado os interiores e todo o transporte era feito por mar, necessitando dos trabalhos do despachante aduaneiro, com seus escritórios movimentados e gente a conversar sobre tipos e acontecências quase que só da cidade, já que o resto do mundo era distante e, portanto, de pouco interesse.

Era a Ribeira do casarão do maestro Alcides Cicco a abrigar araras de coloridos especiais e um sem número de passarinhos, que o atraiam a uma conversa com o meu avô despachante, José Alexandre, também ele um amante de canários belgas, pintassilgos, galos-de-campina e curiós, com seus cantos dobrados e de sonoridade sem igual.

Ribeira do Teatro Alberto Maranhão onde reinava, vitaliciamente, o circunspecto senhor teatrólogo Meira Pires, a contar vantagens sobre suas peças que nunca vi encenadas, mas que enchiam de curiosidade a minha imaginação.

Do casarão de Cascudo, que nunca ousei adentrar, devido ao respeito à figura que costumava ver às tardinhas em conversas amenas na velha Confeitaria Delícia do português Olívio Domingues da Silva, com sua perna dura e a sua alma imensa a distribuir sonhos de valsa e torrones que, claro, iam para a conta do meu pai, Zé Alexandre Garcia, a tomar umas no reservado com Newton Navarro, Dozinho, Mozart Silva e tantos outros boêmios que povoavam com humor e sabedoria o centenário bairro.

Como esquecer um Zé Areia, aquela figura que chegava e que atraía a atenção de todos com os seus repentes geniais a responder provocações propositais? Impossível. A Ribeira não era só bairro, era vida e tipos que moviam a cidade, faziam-na humana e inteligente, conhecedora do mundo, via boca da barra do Potengi, cenário de memoráveis regatas bravamente disputadas entre remadores dos clubes náuticos da rua Chile. Ribeira das companhias de pesca e da Estação Ferroviária, lenta, barulhenta e misteriosa.

Ribeira de jornalistas e de jornais, de prostitutas e prostíbulos famosos, que nunca adentrei mas que atraiam a minha curiosidade em suas janelas nem sempre escancaradas. Ribeira do nojo do Beco da Quarentena. Do mundo fantástico das publicações da Agência Pernambucana. Dos bares invadindo calçadas. Das peixadas. Dos salões de barbearia onde de tudo se conversava. Dos salões de jogos. Dos engraxates e sapateiros a céu aberto, em suas cadeiras imensas para mim, garoto.

Ribeira nostálgica do quiosque e da pontezinha do jardim chinês que quase a memória esqueceu, destruído que foi pela construção da nova rodoviária que parece, levou-o para nunca mais voltar.

Ribeira do Grande Hotel e do major Theodorico, homem lendário a pastorar diariamente a praça da igreja do Bom Jesus das Dores, a abrigar ossos dos Amorim Garcia, lacrados em urnas em suas paredes já centenárias. Ribeira inesquecível de “A República”, da Capitania dos Portos e da vacina contra a febre amarela, terror dos viajantes. Ribeira de Luís Tavares e de suas estórias de brigas com gringos e policiais dos idos da guerra.

Ribeira sem dúvida inesquecível. Poeticamente mágica e deliciosa, professora de gerações.

Ribeira bancária, alfandegária, comerciária, gráfica.

Ribeira cartorial.

Tirol, Natal/RN, 1995